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Privatização esbarra em vícios

Voltamos a falar de privatização no atual governo. O que é um bom sinal. Sempre fui um defensor árduo de reduzir o estado e gerar alguns dos interesses públicos por empresas privadas. Isto é bom. Colaboraria para uma ação corretiva na construção de um poder público menos intervencionista e reduzir o excesso de poder. Quantas vezes o estado se torna um peso na vida das pessoas. E quantas pessoas não querem fazer parte da máquina do estado para ter seus benefícios.

Agora se fala da venda de estatais. Uma delas é a empresa criada para a construção da Ferrovia Norte-Sul e assumir a engenharia para o planejamento de ferrovias nos país, a Valec deve ser privatizada ainda este ano. O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) deve assumir suas funções. Até aqui, um acerto. A lógica está correta e esta ação é necessária.

O grande problema da privatização, com o qual devemos ficar preocupados, é a relação perniciosa entre empresas e estado. O quanto o processo de privatização esbarra nos interesses de representantes públicos em gerar contratos viciados, acordos tendenciosos e fazer leilões de cartas marcadas. Isto faz parte da nossa história, o péssimo hábito de empresários de querem se dar bem as custas de acordos obscuros com o poder público. Veja o exemplo das concessionárias que agora estão no centro de discussões sobre desvios de recursos e decisões públicas para favorecimento das empresas.

Logo, a privatização não é um problema, deve ser feita. O Brasil precisa urgentemente de reestruturar o Estado. O que não podemos admitir é que a representação pública continue viciada na sua velha relação de atender a interesses ilícitos.

Não podemos manter um capitalismo tendencioso e sem eficiência para o mercado. Sem responder as demandas sociais. Sempre atendendo as relações de manutenção de um poder apartado da sociedade. Não é por acaso que o país é considerado internacionalmente um dos mercados mais fechados do mundo. Ele está sempre escorado na relação do protecionismo do estado em relação as empresas.

Antes de mudarmos uma situação é fundamental mudarmos nossa relação. A lógica serve para o poder sustentado por interesses obscuros. Daquelas pessoas que diante da busca do lucro fácil agem na contramão da ética e respeito as regras do jogo.

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