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Temos que combater a agressão. Isso é importante. Porém, há atos de agressão que são disfarçados. Escondidos atrás de uma suposta “piedade” ou nas intenções da “caridade”.
Imagine que todos os dias pessoas ajudam outras. Há quem faça com um propósito, uma intenção clara de tirar o ser humano em necessidade da condição em que se encontra. Isso é o que chamamos de ter compaixão. Ato fundamental da mudança, chegar no humano e ajudá-lo como um ser humano.
Porém, da mesma forma, há os que veem na caridade uma forma de ser acima do outro. De “celebrar” a condição desfavorável do outro ajudando e reafirmando sua superioridade. O fazer pelo outro para pontuar a condição elevada de si mesmo.
Quando homenageamos os que doam, quase sempre os que doam mais, estamos demarcando esta fronteira entre o “andar de cima” e o “andar de baixo”.
Tem uma passagem bíblica que considero bem ilustrativa, está em Marcos 12:41-44. Nela, cristo reúne seus discípulos e fala da doação da pobre viúva ao Templo de Salomão. Ela doa pouco em quantia perto de riquezas que tantos doam. Mas, Cristo lembra que os que doam muito em riqueza, doam o que lhes sobra. A viúva pobre doa tudo o que tem.
Quem merece mais respeito? O que é ajudar ao outro quando se tira de si e se entrega de forma intensa. De certa forma, como o ouro, o ser humano puro e com a real compaixão tem mais valor que o impuro.
Queremos a sinceridade, queremos a compaixão e a pureza das relações. Mas, onde está a verdade das coisas?
Vou lhe dar um exemplo simples, há templos religiosos maravilhosos, lindos, mas com poucos que o frequentam com valor. Há salas de aulas sofisticadas, escolas modernas, sem alunos de verdade e bons professores. Há casas suntuosas sem uma família que tenha uma relação digna entre seus membros.
Logo, cuidado com a piedade e caridade que disfarçam a imposição autoritária da humilhação ou a farsa de uma relação de ajuda. Não é difícil perceber, é só sentir.
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