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A questão israelense e palestina tem diversas origens. O conflito pode ser desenhado ao prazer das intenções. Se for do interesse do interlocutor defender a questão palestina, você pode lembrar que o termo “Palestinus” vem da designação grega para Filisteus.
Logo, você pode considerar que os palestinos são herdeiros dos povos que habitavam o território antes dos judeus. Porém, há o outro lado.
A outra forma de analisar a ocupação do território, a dos israelenses, é a daqueles que defendem o domínio sobre a terra prometida, a terra “original dos judeus”.
Bom, se você considera que o termo “terra prometida” deve ser considerado, então vamos remontar os tempos bíblicos, mas do Velho Testamento, para legitima a luta dos judeus pela terra que Deus lhes concebeu como um local sagrado. Justificando assim a expulsão dos povos que habitavam o território.
Na segunda metade do Século XIX a questão judaica já se encontrava em um clima de tensão na Europa. O antissionismo, a resistência e o combate aos judeus, era uma defesa que existia por vários governos europeus. Ao ponto de fazer parte de estatutos e constituições que limitavam os direitos dos judeus em algumas nações da Europa.
Um dos exemplos é o caso Dreyfus, militar francês acusado de traição, supostamente teria entregado informações importantes da força militar francesa aos alemães, então a nação com maior rivalidade e em disputa por territórios com a França. Vale lembrar de Dreyfus era judeu.
Pensadores e intelectuais europeus e de origem judaica passaram a defender Dreyfus e defender a criação de um Estado de Israel autônomo e aos moldes dos Estados Nacionais Modernos.
A imigração judaica para a então Palestina se intensificou. Cresceu após o desaparecimento do Império Otomano, conhecido como Império Turco, que dominou a região até 1919. Nasceu assim um protetorado inglês que durou até 1948.
A questão que perpassa a fundação do Estado de Israel moderno é o final da Segunda Guerra Mundial (1945). O Holocausto Judeu foi um trauma para a humanidade. Os milhões de judeus mortos pelo regime nazista e seus simpatizantes abalou o mundo.
A emergência de informações acompanhadas de documentos em forma de imagens e registros da ação desumana do regime comandado por Hitler na Alemanha feriu e traumatizou a humanidade.
A formação do Estado de Israel, o que se efetivou em 1948, passou a ser uma prioridade para as nações vencedoras do regime nazista, com ressalvas dos Soviéticos. A Europa ocidental e os Estados Unidos da América abraçaram a causa.
Formado o território, ocupado por israelenses, constituída a autonomia do Estado sobre, inicialmente, a proteção inglesa, uma bomba prestes a explodir estava armada. E eclodiu assim que o Estado de Israel foi criado oficialmente com o aval da Organização das Nações Unidas.
Em 1948 o território palestino foi dividido. O recém-criado Estado de Israel ficou com 53% do território, o Estado Palestino com 45%. Os países árabes não aceitaram a divisão. Egito, Síria, Transjordânia (atual Jordânia), Libano e Iraque atacaram Israel.
A guerra durou até 1949 com a derrota da liga árabe e a vitória de Israel que ocupou grande parte do território da Palestina, aumentando o seu território em um terço.
Outras guerras se sucederam. A Guerra do Canal de Suez (1956), Guerra dos 6 Dias (1967) e Guerra do Yon Kippur (1973). Os conflitos se desdobraram em milícias, terrorismo, ataques e uma série de armistícios e princípios de paz que nunca se concretizaram.
O que estamos vendo agora com o ataque do Hamas, grupo extremista criado no final do Século XX, é um desdobramento de algo que nunca se resolve. O conflito entre judeus e palestinos se tornou um culto a identidade. Representa uma maneira de justificar outras ações e interesses que surgiram tanto do lado israelense como palestino.
Se você for fazer uma pesquisa entre a população palestina que sofre as consequências da repressão israelense e os judeus que vivem temendo as retalhações dos grupos extremistas como o Hamas, eles querem paz.
A guerra é um culto de quem vive da desgraça estabelecida em uma região e de conflitos que transformaram a violência em linguagem comum, e o alistamento nas guerrilhas, nas tropas em alerta e repressão em ocupação para muitas pessoas. Para quem não sabe fazer nada matar ou morrer pode ser uma ocupação de “futuro”.
Esta é a questão que deveríamos resolver. As pessoas querem paz e a quem interessa a permanência de um conflito que se justifica a séculos?
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