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A inteligência artificial chegou ao cinema. O ator Harrison Ford rejuvenesceu 50 anos em seu novo filme da franquia “Indiana Jones”. Ele aparece com seus 30 anos estreando um novo capítulo do “herói” que o imortalizou nas telas.
Toda a produção do filme está ligada a IA. Ford não é o único, é apenas um exemplo do que está tirando o sono de muitos e preocupando a indústria cinematográfica.
Claro que os grandes estúdios de Hollywood querem tirar o máximo proveito do uso da inteligência artificial na produção de suas películas. A “machine learning” é uma ferramenta fundamental na construção de imagens retrabalhadas fazendo com que se rejuvenesça atores ou mesmo os faça renascer, o que aconteceu com o Superman mais icônico do cinema, Christofer Reeve.
Até onde vamos parar? Qual a verdadeira ameaça que há por de trás da inteligência artificial no mundo da “sétima arte”?
O temor em relação aos desdobramentos do cinema não são ilusão, há uma greve em andamento feita por atores e roteiristas. Claro que, não são os famosos que se sentem mais ameaçados, mas os que tem menos poder de barganha. Artistas de menor nome, coadjuvantes e roteiristas menos conhecidos.
Eles temem a utilização de seus produtos. No caso dos atores, já há contratos de grandes estúdios colocando cláusulas de uso das imagens de forma permanente. Ou seja, eles estariam permitindo que sejam recriados pela IA sem terem que ser recontratados para um novo papel ou produção.
A discussão não está longe do Brasil, você se lembra do comercial da Maria Rita com sua mãe, Elis Regina, aquele da Volkswagen. Se você não viu, vale a pena ver. A peça ficou incrível, recriaram Elis. Mas, será que ela aceitaria? A filha autorizou.
Já imaginou um filme com Marilyn Monroe e Elvis Presley, juntos, em uma película inédita. Pense, James Dean retornando as telas, já pensou? Quem não gostaria? Mas, o quanto isso custaria para a criatividade humana.
A questão é, o que está por de trás deste debate? Ele não é só um dilema da indústria cinematográfica, é uma discussão do poder que a tecnologia está tendo em mudar a vida de muitas pessoas. Alterar a expectativa em relação ao futuro. Mais que isso, aniquilar a existência de profissões e reduzir o valor de muitos profissionais.
Acredito que “incerteza” é a palavra que expressa a discussão de até onde o uso da inteligência artificial irá nos levar. O que parecia seguro não é mais.
Claro que você pode dizer, e terá razão, “O tempo dirá!”. O futuro vai responder as condições que hoje não conseguimos descortinar. Uma transição como a que estamos vivendo tem um preço elevado para quem a vive e outro leve para os que posteriormente irão analisá-la.
Ao final, considero que estamos diante de algo novo. Isso acaba por dificultar a racionalidade, sobriedade no tratamento do tema. Há extremos se apresentando. Tanto o uso indiscriminado como o temor exagerado.
Desta forma, o caminho do meio ainda será construído. Ele responderá às medidas extremas que agora preocupam e faz cometer injustiças. A vida do desenvolvimento humano é cheia de exemplos como este. Muitos temem, outros tanto sofrem, paga-se o preço, há arrependimento, e, por fim, a humanidade incorpora e refaz o sentido.
Acredito que agora, quando se fala do poder da tecnologia da inteligência artificial, é momento de deixar a carruagem andar mais um pouco e as abóboras assentarem.
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