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Todos nós temos desejos. Pensamos na mudança da nossa vida. Agir em benefício de uma melhora financeira, emocional, ambiental, enfim, sair do desconforto. Assim as coisas mudam. Não há outra forma de promover o movimento, a qualidade, a superação, do que o desconforto. O que dá movimento ao mundo é o descontentamento.
Entre o desconforto e sua superação há à ação. O desejo incontrolável para não se manter onde se está. Fazer algo por você que rompa o conformismo. Não aceitar as coisas como elas são e agir. Esta é a hora que conhecemos a profundidade de nossa vontade e até que ponto não estamos apenas tendo um desejo. Repito, desejo todos temos.
O descontentamento sempre nos assola. A busca pela mudança é para a grande maioria das pessoas uma necessidade. As vezes até seja. Mas agir, isto é para poucos. Tomar a vida nas próprias mãos requerem algo chamado coragem. Fazer diferente e para melhor, requer algo mais, coragem e consciência.
Hoje, vivemos o tempo do descontentamento. Somos seduzidos pelas falas de mudança. Desde a propaganda de um shampoo as retóricas políticas. Na vida profissional ou pessoal não é diferente. Queremos uma carreira de sucesso, nos cansamos da profissão que temos, queremos fazer mais pelo empreendimento ou pelo trabalho que desempenhamos. Em casa, na vida pessoal, desejamos estabelecer uma relação melhor com as pessoas. Quanto desejo.
Mas o que nos impede a mudar, a agir? Acredito que a vontade e a ação. A coragem em conjunto com a consciência. Saber o que mudar e onde se quer chegar. Somos descontentes com o que temos e não temos noção de onde desejamos estar, qual lugar atingir. Se não quero ficar onde estou, para onde quero ir?
É como um migrante que sai do lugar onde está por descontentamento. Deseja fugir da fome, da guerra, do preconceito, da perseguição política. Porém, para onde vai? Muitos apenas querem sair do incômodo. A mudança qualitativa não se faz apenas rompendo com o que nos insatisfaz e sim tendo claro o que vamos trocar pela insatisfação.
O primeiro passo para a mudança é conhecermos a nós mesmos. Sabermos se estamos atacados pelo desejo ou se temos mesmo vontade. Compreendermos a dimensão do desconforto e o que o provoca. Saber a direção que queremos para sair de onde estamos. Principalmente saber se este destino é o que buscamos. Caso contrário, vamos viver eternamente a insatisfação por convivermos com um desconhecido, nós mesmos.
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