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Você sabe definir o que sente? Sabe reconhecer o que está sentindo a todo o momento? Se a resposta é sim para as duas questões, você é um privilegiado. Um dos poucos com esta maravilhosa consciência.
Na prática, e em geral, o que definimos como sentimento são reações emocionais. Sentimos, mas não sabemos definir a emoção.
Podemos descrever nossas emoções com precisão? Esta é uma tarefa difícil para as pessoas.
Veja um exemplo, se você é abandonado por alguém, você pode sentir tristeza, raiva e angústia. Claro que você pode falar que se sente abandonado. Mas, abandono é condição, a reação é um falso sentimento.
Tristeza é sentimento, ódio é sentimento, raiva é sentimento, medo é sentimento, já, abandono é condição. E se é condição é provocado por outros.
Traído, enganado, esquecido, ofendido, e por aí vai, são condições emocionais reativas.
Como não sabemos definir e por consequência lidar com as nossas emoções saberíamos definir e lidar com as emoções alheias?
Quanto queremos dar sentido as nossas ações envolvendo emoções, isto pode ser um campo perigoso.
A origem de nossa dificuldade de lidar com os sentimentos vem mesmo de nossa criação. O tal do simplificar sentimentos, impor condições que negam o que se senti.
A frase “Homem não chora!” custou e custa cara a muitos que até hoje não sabem lidar com as emoções.
Mães e pais na busca de poupar seus filhos do sentimento “doloroso”, os anestesiavam com afagos. Escondiam a dor de uma ferida sem que ela fosse curada. Feridas que não se cicatrizam.
Não por acaso, os terapeutas estão com suas clínicas cheias. Pessoas que não entendem suas emoções.
Precisamos aprender a conhecer e lidar com as emoções. Talvez, uma primeira forma de buscar este conhecimento é separar o que você sente da condição que depende dos outros para se sentir.
Sim, a emoção é sua e de mais ninguém.
O existencialismo coloca o indivíduo dentro de si e senhor de seus atos. Porém, não é tão simples esta condição, mas ela é importante.
Aprender, desta forma, como administrar as consequências do que os outros fazem com a gente. Por isso, temos que separar as ações dos outros daquilo que estamos sentindo.
Precisamos nos dar o direito de sentar a beira da cama, em uma manhã, ou ao fim do dia, enfim, em algum momento, e olharmos para dentro de nós, retirando todos os outros, e nos perguntarmos: “O que estou sentindo?”
Assim, seria o começo de uma jornada a procura de conhecermos nossas emoções.
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