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Quem quer trabalhar em casa não quer voltar para o trabalho? Esta é uma questão complexa e que entre os mais jovens que experimentaram o trabalho home-office a resposta é SIM. Mas, há ressalvas. Trabalhar em casa não é para todo mundo e misturar o profissional com o pessoal tem seus problemas.
Uma pesquisa feita pela ADP Research Institute em vários países do mundo, tentando entender o impacto do retorno ao trabalho presencial nas empresas, detectou que os mais jovens não querem voltar. E se for para voltar, preferem mudar de emprego.
71% dos que tem entre 14 e 26 anos não deseja conviver com o ambiente de trabalho, prefere ficar no lar. Deseja manter a atividade profissional dentro de casa. Vale lembrar que esta não é uma condição geral, ela é parcial. Poucos podem optar por isso, 5% dos trabalhadores ativos.
O “luxo” da escolha, entre ficar em casa ou pedir as contas é para poucos. São os privilegiados com qualificação que tem opções de empregabilidade e por isso fazem o discurso do querer se manter no home-office.
A grande maioria dos trabalhadores brasileiros retorna ao ambiente de trabalho e se saíram dele é porque foram demitidos. Em grande parte, a vida profissional não é escolha e sim imposição, obrigação e sobrevivência.
Claro que temos alterações importantes no ambiente de trabalho que a pandemia gerou. Mudanças que de certa forma impactam a vida de grande parte da população. Temos que pensar na prevenção e qualidade de vida.
Outra questão fundamental é que não se mistura trabalho e vida doméstica com facilidade. Esta história de que a convivência com as pessoas da nossa vida íntima com mais intensidade gera conflitos é fato. Não estávamos em um cotidiano em que a intensidade de uma relação era a convivência estendida. “O amor precisa de um tempo para continuar amando”.
Para a saúde de uma relação, seja ela entre pais e filhos ou de parceiros em um casamento, tem que ter um tempo para não desgastar em uma só vez o que se precisa de uma vida inteira para preservar.
No ambiente de trabalho as oportunidades de as relações serem mais produtivas e interativas são maiores. Muito do que o trabalho presencial oferece o home-office não pode resolver ou permitir. A relação frente à frente, o sentir as pessoas, gerar confiança e oportunidade são importantes na vida profissional.
Logo, voltar a empresa não é ruim. O equilíbrio continua fundamental. Sua casa não é uma empresa e o lucro do negócio podem não ter a mesma lógica que os ganhos da vida pessoal.
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