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Temos hábitos, mas não temos capacidade de perceber o quanto ele faz efeitos em nossa vida. Analisamos nossa história considerando que determinadas práticas são da nossa natureza, não tem porque questioná-las. Continuamos repetindo os atos e acreditamos que estamos fazendo a coisa certa.
Porém, os hábitos são práticas que podem ser negativas e encerrar possibilidades em nossas vidas. Muitas oportunidades acabam sendo eliminadas por causa deles, a mania de fazer sempre a mesma coisa sem pensar no que se está fazendo. Algo mais comum do que a gente imagina. A chamada força do hábito é um problema em alguns casos.
Nestes tempos de uma pandemia onde necessitamos rever nossas práticas, os hábitos acabam sendo um empecilho. Há dificuldade de se livrar do comportamento inadequado para este momento. Dificultamos as soluções por causa disso.
Os conflitos que surgiram agora tem muita relação com nossa forma de agir constante e inquestionada. De repente, o que antes não tinha oposição, antagonismo, contrariedade, agora tem. Como agir?
Fazer uma análise de nossos atos sem desculpas prévias para nos livrarmos do julgamento é fundamental. Não somos inocentes, os vícios nos condenam. Admiti-los é um passo inicial é importante para começarmos a resolver o problema. Aceite, nós temos práticas ruins.
Percebermos que a vida antes da pandemia não nos confronta com situações da vida doméstica por estarmos sempre ausentes para elas. A vida de trabalho fora do ambiente íntimo evitou confrontos com nossos parceiros. Impedia a dedicação mais intensa com os filhos, e fazia desconsiderarmos, até por falta de não percebermos, as pessoas que nos eram vizinhas.
Agora, não há como fugir, estas contrariedades cotidianas, aliviadas pelos nossos vícios, não podem mais serem desconsideradas. Temos que aprender a lidar. E a primeira coisa a fazer, é olharmos para os nossos comportamentos e admitirmos que nossos hábitos precisam mudar.
Não fuja disso, não arrume desculpas, reflita e pondere, seja resiliente, considere que as principais transformações e as mais qualitativas tem seu preço. Pode nos parecer insuportável temos que mudar de hábito. Contudo, a necessidade e importância do que está em jogo é maior. Podemos perder o que nos sustenta, as relações que nos estabilizam. Um hábito ruim não vale tudo isso.
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