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Estamos a um ano das eleições municipais. Os pré-candidatos se multiplicam. Muitos se colocam como uma opção a corrida do executivo ou uma vaga no legislativo municipal. Mas nem todos que estão anunciando seu nome devem concretizar sua candidatura. Um grande número de possíveis candidatos são balões de ensaio. Devem morrer ao longo das alianças, conchavos, conversas e coligações.
Um período de anunciar apoio e romper alianças. Mudanças de partidos e aproximação com nomes que podem angariar votos. O que estão no poder e querem permanecer tem uma lógica própria. Não se pode negar que os atuais prefeitos que buscam a reeleição tem uma certa vantagem na corrida eleitoral.
Estes costumam exaltar sua administração. Muitas das obras prometidas em campanha, há três anos, agora são inauguradas ou reinauguradas. Os eventos são pirotécnicos, exaltados. Há que se fazer lembrar que a administração foi excelente, nada igual. O que não é uma verdade, mas deve dar esta sensação ao eleitor.
A oposição, os que tentam chegar a administração municipal e disputam com o atual prefeito vão à caça de fatos que desgastem o chefe do executivo. Denúncias, críticas, todo o tipo de mancha a ser instalada ou descoberta da atual administração serve. O ambiente esquenta. Na política, dependendo do que se deseja, não se poupa ninguém.
As campanhas eleitorais movimentam empresas de publicidade. A eleição do ano que vem trará o uso das internet com mais ênfase. Saber manipular as redes sociais, se fazer próximo do eleitor. Discutir temas ligados aos atos públicos. O clima, vai sendo gerado.
O lamentável, é que o hábito é antigo e se mantém. A aproximação de um processo eleitoral traz consigo a preocupação momentânea e não a discussão permanente. Nos damos ao trabalho de debater o poder quando o processo eleitoral se aproxima. Discutir constantemente as funções públicas e os compromissos políticos não nos interessa em boa parte do mandato.
Logo, estamos sempre repetindo o ritual e não desejamos discutir o essencial. A política é prática que deve ser constante. Devemos entender que a política é necessária e deve ser um elemento comum. Ela não é a sujeira que acostumamos associar a imagem dos homens públicos impregnada pela visão de que sempre há um interesse torpe por de trás de um candidato. Política se faz todos os dias. Nós somos cumplices.
Enquanto não percebemos a importância que temos no destino do poder representativo, vamos repetir o “velho hábito” e pagar o preço por isso. Tudo o que se quer mudar depende muito mais de nossas práticas do que daqueles que criticamos. Em um estado democrático de direito nossa ação é fundamental. Ela legitima o poder. Nada pode ser alterado se não praticamos um comportamento diferente. Se as tradicionais manhas e artimanhas funcionam é porque o eleitor responde de forma positiva a ela.
Se considerar que é hora de mudar, então comece por você.
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