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Vícios entre o público e privado

A privatização não é um problema. Pode ser uma solução para muitas limitações e ineficiências do Estado no cumprimento de seus serviços. O Brasil precisa de eficiência e de uma lógica fundada na competência para tirar parte considerável da população de uma condição limitada. Seja na saúde, educação, segurança, comunicação e transporte. Além de outras atividades, é claro.

Porém, há sempre notícias de irregularidades entre empresas privadas que prestam serviços ao poder público ou tem concessões. Agora, a Econorte que administra praças de pedágio no Paraná terá que reduzir a tarifa em três delas, Jataizinho, Jacarezinho e Sertaneja. A decisão é do Tribunal Regional Federal (TRF) sediado em Porto Alegre.

O contrato entre as empresas que administram rodovias no Estado é tema polêmico, mas feito com peculiaridades que só vieram a tona com as irregularidades que foram parar na Justiça. Quem tem boa memória lembra que as empresas ganharam quase todas as ações movidas pelo poder público ou pelo cidadão. O contrato acaba sobrepondo o razoável por ser legal.

Quantos acordos não são feitos entre empresas privadas e o poder público que demonstram um favorecimento? Muitos. A história do poder público e privado no Brasil está cheia de exemplos. O vício e os viciados se alimentam destes acordos para atender seus interesses. Uma demonstração constante de que a intenção é o problema e não a condição. Privatizar e uma saída, a forma em que se faz é perniciosa.

Precisamos apostar na transparência. Temos que cobrar uma conduta lícita e ética. Ter mecanismos que possam impedir que os excessos e as más intenções tomem conta das ações do poder público. Alguns representantes públicos e empresários naturalizaram os benefícios. Se por um lado políticos abraçam sua “carreira” para se beneficiar destes acordos, alguns empresários também.

Não há o que criticar o capitalismo, não se deve apoiar a estatização. Vamos ter a lógica do que ocorre e entender que o interesse de determinadas pessoas não é digno da função que exercem. Qualquer sistema se corrompe se não tivermos meios de educar e punir aqueles que colocam em risco a condição da vida coletiva. 

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