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O presidente Jair Bolsonaro fez uma declaração formal demonstrando recuo nas falas agressivas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e, principalmente, o ministro do judiciário Alexandre de Moraes. Mesmo ainda com falas atravessadas, o presidente assumiu o rumo da ponderação.
Esta decisão de ponderar foi antecedida pela conversa com o ex-presidente Michel Temer. Quem Jair Bolsonaro chamou para um conselho. Temer parece que apontou estratégias para uma distensão. Tanto que no encontro virtual do BRICs, Bolsonaro elogiou e valorizou as relações comerciais com os países asiáticos. Segundo sua fala, acredite quem quiser, lembrando do fornecimento de imunizantes para o combate da Covid-19.
O que está por de trás do recuo do presidente? Há quem considere que ele moderou por causa das consequências que poderia ter e já estava tendo com as falas do 7 de Setembro. Uma destas consequências é a paralização dos caminhoneiros que está em andamento e se ampliou de ontem para hoje. Bolsonaro já pediu para os manifestantes encerrarem o movimento. A ação de seus aliados agora virou problema.
Há também os que falam do isolamento do presidente e a dificuldade de articular forças políticas com apoios reduzidos no Congresso Nacional. Não podemos esquecer que o chefe do executivo federal está sem partido. A sua atual condição tem que acabar para disputa das próximas eleições. Logo, ele poderia fechar portas em siglas necessárias para a busca da reeleição.
Ainda tem quem considere que os processos em andamento podem desembocar em ações concretas de impedimento do presidente. Logo, distensionar seria uma forma de buscar negociações para evitar sua saída do Palácio do Planalto. Bolsonaro teria como articular uma reação política as investigações da Polícia Federal.
Contudo e mais que isso, há o poder. Ele é o fundamento das ações do presidente. A busca de manter-se. O desejo de preservar-se no cargo e não se tornado um personagem esquecido e abandonado, sem força. Uma história trágica para muitos presidentes do país.
O que ainda deve ser avaliado nos próximos dias é como irá reagir a massa de brasileiros que apoiam o presidente. Será que eles vão acompanhá-lo e pregarão a distensão? Também pode ocorrer de uma decepção tomar conta e termos uma debandada de aliados mais radicais.
No fundo e o que interessa é que o presidente preferiu o equilíbrio e o diálogo, Como ele mesmo falava, “se manter nas quatro linhas da Constituição”. Desta forma, garante a governabilidade necessária e permite que o país retome seu crescimento e superação da pandemia com mais tranquilidade. Diante disso, a maioria dos brasileiros agradece.
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