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Razão e cultura econômica

Quando falamos em mercado e tentamos entender como ele se constitui, temos que falar de necessidades humanas. Elas são muitas, todos os dias superamos interesses dos mais diversos nos seres humanos. Pode ser uma simples necessidade de alimentação, que já foi complexa no passado, até mesmo uma necessidade de grandes proporções.

As condições materiais são as mais fáceis de perceber a sua superação. Temos que nos alimentar, vestir, comunicar, por exemplo. Para isso, há uma gama de bens e serviços que produzimos diariamente. Mas também as necessidades que vão além do material e tangível, notável. Temos nossos sonhos, interesses, crenças.

Buscamos atender as necessidades mais distintas de nossos valores. Temos comportamentos que são conduzidos pelos nossos sentimentos. Mas mesmos estes são fruto de expectativas que criamos em relação aos outros. Estamos a busca da aprovação social. Esta condição pode nos levar a um comportamento econômico determinado.

Quando optamos por viver de uma certa forma, de economizar ou não, de preferir itens pelo valor ou pela estética, expressamos nossos valores. Esta expectativa da qual falei está exatamente neste tipo de escolha que fazemos em detrimento de outras. Por exemplo, poderia guardar dinheiro e pensar no futuro, mas gasto meu dinheiro com uma viagem que sempre me chamou a atenção e uma determinada pessoa que desejo satisfazer vai comigo.

Há uma forma racional de ver a economia…

Claro que podemos ver a economia de forma racional. Podemos fazer a análise do comportamento e quantifica-lo. Podemos observar uma tendência de mercado e perceber que ela aponta para um desdobramento da economia em um determinado sentido. Temos uma demanda, necessidade, que pode ser avaliada de forma precisa matematicamente. O comportamento econômico pode ser proporcionado, mensurado.

Podemos inclusive considerar que durante a história humana a economia sempre foi a superação das necessidades humanas infinitas na relação com uma natureza limitada. O que o ser humano busca superar não há limite. As necessidades podem ser ampliadas, potencializadas inclusive. O que assistimos hoje, na sociedade atual, é uma gama de bens e serviços que vão além da simples superação das necessidades básicas.

Necessidades não tem fim. Sempre estamos impulsionados pelo desejo de algo. Inclusive, grande parte do esforço das grandes corporações, é ampliar estas necessidades, gerar ambientes para que ela seja multiplicada, aqui há muito de cultura dentro da economia. Iremos tratar isto mais à frente.

Se as necessidades são infinitas, a natureza de onde esta necessidade é superada tem limites. Na nossa origem na face da terra, nas primeiras sociedades agrárias e mesmo em parte considerável da nossa história Antiga e Medieval, a natureza expressou os seus limites. A forma de isto ser percebido pelos seres humanos foi através, em vezes, de tragédias. A fome talvez tenha sido a mais intensa das expressões de causas dos limites da natureza.

As sociedades que viveram das colheitas, mesmo tendo desenvolvido técnicas de plantio, sofreram com a seca, com a limitação do solo, com o tempo de plantar e colher imposto pela própria natureza em seu ciclo. A história está repleta de acontecimentos que deram ao ser humano a dimensão de sua pequenez diante do poder da natureza que o cerca. Hoje, se formos perceber o potencial que temos de manipulação dos ambientes naturais, o quanto estudamos as “leis naturais”, o ecossistema, os compostos químicos, físico e biológico para poder utilizá-los na produção de bens e serviços que necessitamos.

Alteramos a natureza sensivelmente, não há dúvida. Hoje ela nos serve porque aprendemos a fazer dela a condição de multiplicação através da manipulação do que ela oferece. O conhecimento científico e técnico nos dá um poder sobre o meio e o alteramos sensivelmente ao longo dos últimos dois séculos. A Revolução Industrial de 1750 pode ser considerada um marco neste poder do homem de superar suas necessidades. A vida humana ganhou qualidade.

E a cultura econômica, onde ela se encaixa?

Quando falamos de cultura econômica, falamos de valores que guiam nossos interesses, sentidos e ações. É o que determinamos a consideração do que somos e o que são as pessoas a nossa volta. Ela está na relação que estabelecemos e como podemos conviver com esta condição de existir em conjunto com outras pessoas.

Quando falamos anteriormente em necessidades e a busca de superá-las é o ambiente onde a cultura se expressa. Temos interesses infinitos para serem superados. No passado a alimentação é uma busca de sobrevivência especificamente. Desejávamos apenas nos manter vivos. Queríamos a garantia de satisfazer nosso organismo em sua condição básica. Isto nos deu uma percepção do que é o alimento. Se sonhamos em nos alimentar foi exclusivamente para que outras coisas pudessem ser feitas.

Hoje não podemos mais considerar o alimento apenas a condição de sobrevivência. Ele se desdobrou em ambientes, pessoas, lugares, desejos, estética. A comida deixou de ser uma condição básica para se associar a outros elementos que relacionamos com ela. Pense na comida típica, aquela que lembra uma nação. Podemos lembrar da comida que nossas avós confeccionavam e a lembrança que nos vem quando estamos diante de um determinado alimento feito por elas.

Logo, a necessidade fundamental do passado agora se desdobra em outras inúmeras necessidades produzidas industrialmente. Uma produção em série que atinge cada um de nós. Vivemos em um ambiente carregado de símbolos de interesse que dominam nossas vidas. Ao convivemos com lugares dos mais diversos, com um grande número de pessoas, em muitos casos os associamos a mais necessidades. Desejos que impactam na economia.

A cultura se processo neste ambiente. Neste desdobramento de interesses que se transformam em bens e serviços para serem consumidos. E a natureza sofrera as consequências desta busca, será alterada, diante de nossas necessidades infinitas que se multiplicam pelos desejos e valores que sustentamos com um sentido de vida.

Vídeos sobre o tema:

A Racionalidade Econômica

A Cultura Econômica

 

 

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