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Para onde vamos?

Ano que vem temos eleições municipais. Um termômetro para medir a tendência dos brasileiros em relação às eleições que ocorreram em 2018 e projetar as próximas eleições federais de 2022. Ainda estamos vivendo tempos turbulentos no novo governo. As ações do personagem que está à frente do poder executivo se contrapõe à política liberal que ministros propõe. Destaque para Paulo Guedes neste quesito. Sempre bom lembrar que ministros não são presidentes. 

Esta incerteza se apresenta com o perfil do governante e de seus familiares, filhos vereador e senador. A política de macarronada fundada no senso comum não pode ser a fala do poder estabelecido de forma democrática. Há que se tomar cuidado. Aprender a entender o poder e conhecer como ele se sustenta. A democracia gera debate e discórdia, porém, permite a escolha. Autoritarismo não traz a possibilidade de compreensão ampla e sim uma determinação estreita.

Nas eleições do ano que vem temos a oportunidade de fortalecer a democracia. Fazer com que a escolha prevaleça. E ela, a opção, tem que ser avaliada constantemente. Não podemos viver da sensação imediata, seja de reforço ou repúdio ao momento. Qualquer decisão neste sentido gera incerteza. A possibilidade de errar é imensa. 

Os brasileiros devem ser um capital político a favor de si mesmos. Não podemos continuar vivendo o curral eleitoral que prevalece ao longo da história do país. O estado patrimonialista, que se agigantou diante do povo, manipula através dos dirigentes uma política de casta. Uma dependência que troca migalhas por concessões que favorecem políticos que ingressam no poder para fazer um patrimônio pessoal. Enriquecer se tornou a meta da liderança política. Se fazer na manipulação dos que têm incapacidade de comandar o próprio destino.

Se em setembro lembramos a pátria, sua independência, a dos brasileiros está distante. Se a nação se fez de forma autoritária, sobre a batuta do monarca herdeiro da metrópole, hoje ainda a imposição fundada na miséria social continua a garantir os interesses de cima para baixo. O desconhecimento da formação das relações de poder e como elas são estabelecidas faz do ignorante popular e propagado uma presa fácil. 

Se emancipa a sociedade pela racionalidade. Quanto mais fundada na compreensão da lógica dos fatos a decisão se fortalece pela defesa de um posicionamento coerente. Escolher com visão de médio e longo prazo. Estabelecer um futuro como ponto de partida para a decisão no presente, sabendo o que nos trouxe até aqui. Não precisamos repetir os mesmos erros. Contudo, é necessário saber onde erramos. 

Na vida pessoal ou coletiva, mudar é entender quem se é e saber onde se quer chegar. Sempre levando em consideração de que não estamos sós. Há outras posições diferentes da nossa. Esta é uma condição que não deve nos incomodar, devemos preservar, porque se convivemos e respeitamos, há quem nos respeitamos e convive conosco, mesmo não tendo as mesmas posições que a nossa.

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