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Um dia, acordei querendo a minha independência. Não aceitava mais essa ideia de ser coadjuvante na vida familiar. Eu já era o filho do meio, um sacrifício natural por estar entre o sucesso certo do mais velho e o amor eterno dado a mais nova, eu deveria reagir.
Gritei por um emprego, queria um trabalho, desejava a emancipação. Tinha completado 15 anos.
Pois eis que o trabalho entrou porta adentro, me pegou pelo braço e me levou. Estava empregado no dia seguinte.
No início dos anos de 1980, o trabalho ainda era uma questão de começar. O desejo de se emancipar estava diretamente relacionado a sustentar a própria vida. Era o caminho do sucesso.
A carreira profissional se resumia em arrumar um bom emprego e seguir nele. Com o tempo, também pelas mãos do destino certo, o reconhecimento viria com a ascensão na carreira ou a experiência do trabalho.
Eu ainda me assusto de como as coisas estão quando se fala em trabalhar. O ingresso no mercado de trabalho para as classes de menor renda continua sendo uma necessidade. Mas ele não fará de ninguém alguém.
O futuro é incerto e o tempo de trabalho em uma determinada função pode ser associado a estagnação. Fazer a mesma coisa ao longo do tempo lhe dá experiência, mas ela, sendo repetitiva, não lhe qualifica para coisa alguma.
As oportunidades existem em um grau de qualificação bem mais elevado do que as pessoas disponíveis. E, para deixar a equação mais complexa, o desenvolvimento técnico acelera em uma velocidade que abandona milhares sem emprego.
São novos tempos? Diria que nas últimas décadas este contexto foi se desenhando. Logo, vamos convivendo com a sociedade do desprendimento das empresas as pessoas e das pessoas ao trabalho.
Logo, o indivíduo passou a ser o centro de uma carreira profissional. O senhor de um destino com caminhos alterados a todo o instante e que cobra um peço caro de quem fica parado.
A saída é incorporar a mudança e compreender que ela faz parte do caminho. Outra característica que deve ser marca registrada do perfil profissional é a disposição a aprender. Querer melhorar, mudar, fazer diferente e fazer a diferença.
As empresas gostam mais de quem se dispõe a aprender do que aquele que é focado apenas no que sabe.
Por isso, a ideia de que vai se construir uma carreira em uma empresa apenas deixando o tempo passar já passou. Agora é construir um caminho próprio independente se em muitas ou em uma mesma empresa.
Você segue seu rumo e a empresa o dela. Se conjugarem necessidades e expectativas, se houver uma construção de relacionamento ao longo da jornada, há uma possibilidade de uma convivência duradoura. Se isso não acontecer, partimos para outra.
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