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O que é mudança?

Todo mundo quer mudar. Quantas pessoas não pronunciam o desejo de serem diferentes, fazerem algo para não repetirem os mesmos hábitos. Outros, falam da mudança do trabalho, mudar a carreira, construir um futuro que não seja igual ao que se vive. Mas, o que é realmente mudar?

Se você considera que os jovens hoje estão vivendo uma vida marcada pela mudança, você pode estar enganado. Por mais que eles tenham uma grande quantidade de possibilidades, inúmeras escolhas, não significa que essa condição expresse mudanças. Podem, inclusive, significar que não se está saindo do lugar.

Reflita comigo, volte no tempo, 30 anos, tínhamos menos escolhas, se você recuar mais, 40 ou 50 anos, as escolhas eram mais reduzidas.

Vamos a um exemplo, imagine escolher um curso superior na década de 1980, quantos estariam disponíveis? Quantas instituições de ensino superior existiriam para que as pessoas pudessem ingressar em uma graduação? Poucos cursos, poucas pessoas no ensino superior. Contudo, ao ingressar em uma universidade e concluir uma graduação, sua vida iria mudar.

Hoje, quantos cursos estão disponíveis? Quantas instituições de ensino, tanto presencial quanto a distância? Podemos escolher, podemos cursar uma imensidão de possibilidades, mas o quanto isso vai mudar efetivamente a nossa vida profissional?

A tolerância as poucas escolhas, a necessidade do ensino e a exigência de dedicação selecionava os mais capacitados. Hoje, a facilidade de ingresso e a diversidade de possibilidades acadêmicas fazem com que diante da menor frustração, o acadêmico desista e rompa com a sua formação.

Em quem você apostaria? Quem realmente está em processo de mudança, aquele que resiste, permanece, insiste, aprende e se determina a concluir uma formação, ou aquele que muda constantemente de rumo e não chega a lugar algum?

Leve isso para a vida no mundo corporativo, vamos falar das pessoas e das empresas. Onde estaria a capacidade de qualificação de um funcionário? Onde encontramos o amadurecimento de um profissional?

Estaria a qualificação na quantidade de empresas que um profissional atuou? O número de funções que exerceu? A quantidade de diplomas que acumula em formações específicas? Todas estas questões o fazem ser considerado um profissional maduro?

Você escolheria como um profissional que acumula uma longa jornada em uma empresa, com poucas mudanças de funções e que tenha se dedicado mais intensamente a construção de uma estabilidade dentro de uma mesma instituição?

Por vezes, mudanças não são a quantidade ou a diversidade da alteração. Mudanças são a escolha precisa de uma nova função dentro de um momento adequado. A escolha determinante se dá poucas vezes e vai exigir experiência para saber fazê-la.

Podemos fazer inúmeras escolhas, mas se não sabemos a dimensão do que estamos escolhendo, pouco se altera, menos ainda se resolve.

Logo, reflita mais sobre o que realmente é a mudança.

 

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