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Gonzaguinha já perguntava, em uma de suas mais belas canções, “O que é a vida?”. Ela pode ser um mistério profundo, uma prova de amor, obra do “Criador”, enfim tudo de bom. Porém, é também, para outros, um lamento, um nada profundo, uma gota. Pode ser um “nada”.
Porém a vida continua. Existia antes de nós e continuará depois que cada um se for com outros que hão de vir. A vida segue. Aqui está o problema. O tal do futuro. Para onde ela vai? E isso pode alterar a vida de todos nós. Como foi a pandemia?
Porém, nesta lógica de dar valor a vida, o fato da morte de mais de 600 mil pessoas deixou marcas profundas para uma parte da sociedade. Mas isso foi o bastante para alterar o rumo de nossas vidas? Por isso, há que se separar os fatos e as nossas relações.
Quem vive dos fatos pode sofrer se não compreender a relação. Esta lógica é simples. Quem não ouviu falar das pessoas que vivem um dia atrás do outro. Apenas esperam o tempo passar e resolvem as coisas na proporção que elas chegam. Não há previsão e nem prevenção. Nem penso nas consequências e não me preparo para elas.
Hoje o país, pensa no fim da pandemia. Diante dela, quando a propagação da Covid-19 estava de “vento em popa”, fomos nos adaptando ou tentando driblá-la. Poucos resgataram a lição de que uma doença como esta muda a vida de muitas pessoas. Alguns afetados lamentam a morte dos mais próximos e assim que puderam retornam a sua vida normal. Se ocorreu algum trauma, ele veio e foi com os dias. E mesmo para quem ficou não altera o cotidiano.
Há futuro e quando ele chega nos lamentamos de não ter pensado nele antes. Fica claro que colhemos o que plantamos. Vivemos um tempo em que a vida é longa e dura o bastante para nos causar arrependimento profundo de não cultuar o que é certo. Não estou falando aqui de optar entre trabalhar ou aproveitar a família. Aquelas comparações tolas de viver ou morrer de trabalhar. Falo de ter responsabilidade. Assumir a sua vida como uma obra sua e não uma consequência do destino.
Concordo que nada dura para sempre, mas a vida vai além das coisas que não duram. E se não estivermos preparados para viver a finidade, vamos sempre nos frustrar nos enfiando de cabeça no que é efêmero, superficial.
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