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Quanto vale o poder? A proporção da disputa por ele e o quanto somos capazes de correr riscos para conquistá-lo ou mantê-lo. O presidente Jair Bolsonaro está disposto a pagar o preço. O Auxílio Brasil é uma demonstração disso.
Em substituição ao Bolsa Família, o atual presidente quer deixar sua marca. Demonstrar que sua presença no governo está voltada a redução da desigualdade e combate a miséria. Ameaças que rondam seu governo diante de uma inflação crescente que tem arranhado sua imagem e colocado em xeque a sua popularidade.
Mas qual o preço a se pagar? O presidente está disposto a qualquer preço e está irritado. Na mesma proporção está o seu ministro da economia. Paulo Guedes que já demonstrações de desgaste não concorda com o valor desejado pelo presidente para o auxílio, R$ 400,00. Guedes quer R$ 300,00, e mesmo assim de “nariz torcido”. O valor desejado pelo presidente rompe em R$ 100,00 o teto de gastos.
O impasse, segundo fontes do Planalto, pode levar a demissão de muitos assessores do ministro da economia. Eles não estariam dispostos ao pagar o preço da medida. Hoje, o ministério já arrasta problemas de excesso orçamentário e cortes de gastos questionáveis em setores considerados vitais.
O mercado, que sempre demonstra o preço de uma medida de forma mais imediata já dá seus sinais. O Dólar chegou a R$ 5,59 e a Ibovespa fechou com alta de 3,28%. Números que impactam em investimentos e encarecem o setor produtivo. Principalmente para quem tem na importação de insumos uma necessidade.
Nossa retomada da economia é pífia pela incerteza que estamos vivendo. Crescemos pouco para setores que tiveram imensas perdas e esperam uma recuperação rápida. Onde vamos parar? Ou melhor, será que vamos para algum lugar?
Mas, as eleições estão chegando e é preciso abastecer a mente da população mais carente com ações de impacto, momentâneas. Aquelas que viram argumento definitivo na hora da escolha. A anestesia aos velhos problemas que são realmente as nossas mazelas.
Auxiliar a população mais vulnerável a se manter é medida necessária. Contudo, manter esta população em situação de risco é cruel. O que não percebemos que falta uma reforma estrutural no país. Uma mudança na gestão dos gastos públicos e na prioridade da nação. Investir no que é duradouro e não ficar remediando com medidas efêmeras.
Há uma diferença imensa entre manter o poder e superar os problemas que a sociedade vive tradicionalmente. A permanência da miséria, em muito subsidiada, é a garantia de que sempre teremos “falsos profetas” no poder que se garantem das migalhas distribuídas e geram um miserável submisso disposto a ceder. Este é o preço do poder.
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