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O Paraná é o estado com a menor renda e a maior desigualdade entre os Estados do Sul do Brasil. Hoje, a renda média dos paranaenses é de R$ 1.529,00. Inclusive uma queda de 5% em relação ao ano de 2020.
O Estado perde para o Rio Grande do Sul, com uma renda média de R$ 1.767,00, e para Santa Catarina, com uma renda de R$ 1.685,00. Também está abaixo da renda de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Outra característica da riqueza no Estado é sua desigualdade. 10% da população mais rica contém 36,6% da riqueza. Metade dos mais pobres fica com 19,3%. Se pecarmos 50% dos que tem a melhor renda, eles ficam com mais de 80% da riqueza do Paraná. O que leva os mais ricos a ganharem 149 vezes mais que os mais pobres.
Este encantamento pelo Estado como se a riqueza estivesse disponível para todos é uma falácia. O grau de especialidade dos paranaenses continua extremo. As regiões de maior investimento continuam concentradas. As principais cidades do Estado detêm mais da metade da riqueza. Concentrando a população e fazendo com que as periferias das cidades polos arregimentem trabalhadores vivendo a margem da riqueza.
Não podemos considerar a desigualdade no Estado como se ela fosse algo pontual e distante da riqueza. As regiões se avizinham e os mais pobres estão do lado dos mais ricos.
Precisamos mudar isso. E a forma é o investimento na qualificação e nas condições estruturais da população de baixa renda. Temos que melhorar o rendimento através da produtividade e não da transferência pura e simples de renda sem um propósito. Isto gera acomodação pelo mais pobre e um ambiente propício para a exploração do mais rico.
Cada vez mais investimos em ambientes de acesso a qualidade de vida estão afastados entre os mais ricos e os mais pobres. Eliminamos a condição de convivência entre a população de baixa renda. Observe, estamos cada vez mais distantes fisicamente entre as regiões da “plena satisfação” e da carência absoluta.
Observe as regiões metropolitanas, moramos lado a lado e não convivemos. Isolamos e buscamos o distanciamento para que as carências de uma parte não venham a prejudicar o sentimento de abundância e bem-estar da outra.
Mas este não é um problema só nosso. Esta é uma tendência mundial. Uma condição que o mundo vive em uma escala variável, assim como a distribuição espacial destas áreas. A sociedade de consumo não deseja conviver como os que não podem consumir.
A ilusão do shopping eterno e dos grandes condomínios fazem com que parte dos ávidos consumidores não queiram acordar de seu sonho. Para isso, “erguem os muros”.
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