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O Brasil, machucado e nu

Estamos vivendo uma crise humanitária. Temos números de guerra. Nos enfraquecemos constantemente. Estamos expostos. Mas, quem realmente sofre? Quantos estão protegidos do caos e governam os expostos ao caos alheio. Há uma quantidade de pessoas nas ruas que estão arriscando suas vidas todos os dias. Há os profissionais de saúde que já estão exausto. Quem respeita isso?

As pequenas empresas, aquelas que têm um frágil emprego estão expostas. Eles são os primeiros a caírem diante da crise. Não tem qualquer chance de isolamento. Vão pagar caro pela falência de empresas e perdas de empregos.  São os peões do jogo de xadrez, servem para serem sacrificados, cada um em seu momento. 

Na atualidade há uma retórica hipócrita de respeito à vida pronunciada por muitos e praticada por poucos. Não há humanidade, mas a forma de tirar o melhor proveito da situação. Falamos das coisas, mas não expomos a verdade. Uma população frágil antes mesmo da pandemia é aquela que pagará o preço mais caro. 

E quem acredita que estará mais seguro assim, se engana. O desprezo que se tem hoje retorna em insatisfação generalizada amanhã. Por mais que a pandemia se prolongue, mais de um ano, ela é um curto espaço de tempo perto de tantas coisas que já nos acompanham há tanto tempo. A miséria e a desqualificação humana sempre foi nossa retórica mais comum. 

Temos agora mais de 325 mil mortos. Isto deve causar algum impacto, claro que causa. Mas, em quem? Há um desprezo pela morte alheia. Isto é fato. Quem esperneia nos hospitais à procura de um leito quando são atingidos de forma grave pela doença são os de renda média. 

Nós não temos noção de quem são os ricos. Somos tão míopes que confundimos classe média com elite. Tanha distância do enriquecido com o desqualificado. O conflito de interesses que assistimos é do empresário regional com os poderes municipais. Aquele que tem um empreendimento arriscado e que sente os percalços momentâneos da economia e um poder que se sustenta nas forças locais. 

Logo, se queremos preservar a vida, vamos ter a noção de quem somos e contra quem estamos lutando. Precisamos exigir respeito à vida, aos pequenos empreendimentos, às pessoas que necessitam do trabalho e dele sobrevivem. Não podemos ficar nos iludindo de que nossos problemas são o espelho dos interesses nacionais ou mundiais.

Lembre-se, há aqueles que clamam pela pátria, amam a nação, mas tem um pé fora do país. Sabem que, caso o barco afunde, não estarão aqui para correr o risco do afogamento. Perceba isso antes de buscar compreender as verdadeiras vítimas da Covid-19.

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