Arte e Cultura
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Não existe manual para ser ético. A “boa conduta” é discutível e há controvérsias. O melhor comportamento é para quem o considera desta forma, mas não para outros que tem consequências danosas dele.
Por isso, se alguém quer te vender o manual da “boa conduta”, a receita do “bom ser humano”, questione. Não aceite de graça a ideia de que há um padrão de comportamento que expressa o ser ideal.
Os modelos criados da boa conduta que se propaga aos quatro cantos como a solução para todos os problemas é uma falácia. Por quê?
Em primeiro lugar a conduta considerada “justa” depende da justa forma que cada um vê a condição da qual precisa agir ou não. A maneira de perceber as condições que se está vivendo, seus efeitos e desdobramentos, mais que isso, as intenções, é de cada um.
Podemos ter valores, princípios morais que orientam a ação de uma coletividade. Aquilo que em grande parte nos coloca como o melhor a ser feito. Porém, é no ato de se exigir a ação ou sua omissão que vamos ver quais são os valores prioritários para o ser humano envolvido.
O “bom pai ou mãe” preserva seu filho quando a necessidade exige que ele seja preservado. A “boa educação” requer atitude, mas nem todos a tem como valor. É quando a necessidade surge que vamos conhecer ou reconhecer o que realimente é relevante e orienta o nosso comportamento.
Logo, o manual que afirma o que deve ser feito elimina a nossa reflexão sobre nossos atos. Ele se torna um dogma que não expressa realmente o que cremos, o que desejamos. Isso exige autoconhecimento e depende de nós, da coragem de se conhecer.
A ação ética parte de um querer. Deste ponto de partida se lança na possibilidade da ação diante do que se pode ou deve. Já que “querer” todos querem, mas poder e dever nem todos tem ou estão nessa condição.
O início da consciência ética é simples, quantas coisas desejamos fazer e quantas detestamos. Quais delas são valores que devemos preservar e podemos praticar? Essa reflexão é um bom ponto de partida.
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