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Costuma se jogar fora a criança junto com a água suja da bacia. Este é um ditado antigo. Se quer generalizar e esquecer os benefícios que algo nos traz por causa de erros pontuais. A questão que envolve o ex-juiz e ministro Sérgio Moro tem esta característica. Cometeu algum crime? Ele é ou não culpado? Ele terá que responder por isso. Já, a Operação Lava-Jato não.
Colocar em xeque tudo o que a Operação Lava-Jato fez e faz diante da ação de Moro é uma infantilidade. Aqui está a “criança”. Não podemos fazer com que a maior operação de combate a corrupção no país e um destaque internacional que deu credibilidade a uma governabilidade carregada de manchas e suspeitas seja questionada. Os crimes ocorreram.
Um dos hábitos ruins que temos é de viver sempre na condição de extremos. Bons e ruins, certos e errados, não é desta forma que podemos julgar acontecimentos. Há um interesse por de trás de todo o ato. Moro teve os seus. Quais? Ele terá que responder por isso. Mas a Operação Lava-Jato é maior do que ele. Não podemos personalizar uma ação fundamental para gerar esperança que se faça uma política governamental com mais ética.
Os vícios do poder no Brasil estão ligados a própria formação do Estado Nacional. A geração do poder sempre foi carregada de clientelismo. Mudar esta condição necessita de rupturas com práticas. Elas ainda persistem. Devem ser combatidas. O que a Operação Lava-Jato permitiu foi este combate. Ela não está em questão.
Maturidade com os fatos colabora para que tenhamos atitudes mais lúcidas. O país deve passar por mudanças e implantar reformas urgentes. Desfiar o foco agora para mais um debate entre os bons e ruins, santos e demônios, é desestabilizar o que há de mais importante, o futuro do país.
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