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Imediatismo democrático

Podemos ter escolhido com o mesmo critério o oposto. Bolsonaro repousa no imaginário popular o que um dia Lula já significou, uma resposta salvadora e imediata.

Bolsonaro foi eleito. Mas o que o elegeu? A escolha do novo presidente foi em um ambiente adverso. Descontentamento, desilusão, reprovação, rejeição e indignação são adjetivos que ajudam a esclarecer o desejo de mudança. A busca de uma resposta se traduziu nas urnas, na figura do capitão reformado.

Na campanha eleitoral os fatos explicam. Um número significativo de candidatos se colocou como opção para os eleitores expressarem a mudança desejada. As mais diferentes correntes lógicas e ideológicas se traduziram na candidatura. Ex-ministro da Fazenda a militar de apelo bíblico, as candidaturas navegaram pela lógica aceitável ao caricaturesco e descabido. Mas o excesso também mata na busca de mudança.

Um ex-presidente preso foi o personagem central do início das candidaturas. O populismo, o carisma, mesmo cumprindo sentença, fez de Lula determinante para que o candidato de seu partido fosse ao segundo turno, Fernando Haddad. Por si, o candidato petista não conseguiria uma jornada tão longa na disputa eleitoral.

A rejeição foi outra palavra forte nesta campanha. Bolsonaro e Haddad foram para o segundo turno com índices elevados de negação dos eleitores. Se havia defensores dos candidatos, os opositores eram significativos. Uma eleição que ganhou contornos de uma simplificação entre a luta do “bem” contra o “mal”, bandidos e mocinhos.

A internet, por sinal foi o destaque destas eleições. Bolsonaro, sem tempo no horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio, usou com maestria as redes sociais para se comunicar com os eleitores e promover a mobilização em torno do seu nome, uma vitória emblemática neste sentido.

As redes sociais representaram um campo de batalha sem regras, sem lei. As “fake news” tomaram conta das redes sociais e se misturam com informações fidedignas. Por sinal, buscar distinguir o falso do verdadeiro foi um exercício que poucos se deram ao trabalho. O debate em torno de propostas foi raro, as ofensas muitas.

Ao final a democracia sobreviveu e deu a vitória a um candidato sem histórico no comando do poder executivo. Competente ou não, Bolsonaro foi à opção da maioria dos brasileiros e deve ser respeitada.

Ele representa o desejo da maioria dos brasileiros que anseiam por mudança. A oportunidade para a construção de um país melhor está dada. Ele tem apoio político para isso. O futuro do país ainda é incerto, porém, temos que sempre ter uma certeza de que não se mexe com as regras do jogo democrático, com o nosso direito de se arrepender e rever as nossas escolhas, assim como, de confirmá-las.

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