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Ontem foi Dia de Finados, o dia de lembrarmos dos mortos. Saudade é a palavra que marcou o dia 02 de novembro passado. Todos nós temos alguém que deixou uma marca em nossas vidas e consideramos uma falta ao nosso lado.
Contudo, este finados foi marcado, pelo menos para mim, por um ambiente de violência generalizada. Há muitas mortes geradas pelas guerras que estão em andamento. Os massacres nos fazem pensar o quanto o ser humano se especializou no extermínio da sua própria espécie.
Lembro também que a quantidade de mortes nestas guerras, em sua grande maioria, é de inocentes. Pessoas que vivem seu dia a dia e não apoiam a violência, buscam fugir dela. Elas são as vítimas da destruição.
A dor da guerra se multiplica na cadeia de relações dos envolvidos. Os adultos que carregam em seus braços as crianças feridas e mortas nestes conflitos são cenas difíceis de digerir. Não há nada que simbolize mais a morte do futuro do que a morte violenta de quem se deveria proteger.
Vale lembrar que estas cenas de violência que tomam os meios de comunicação, sempre anunciando uma nova destruição, são uma constante. Por mais que não se fale da mesma guerra, são mais letais que os grandes conflitos que a humanidade já assistiu.
Elas são muitas e continuam em andamento. São as chamadas “guerras moleculares”, segundo Hans Magnus Enzensberger. Estas guerras pequenas, conflitos localizados, destruindo intensamente as possibilidades de populações que vivem em áreas de risco.
O marginalizado está sempre mais próximo do extermínio. Os agentes de destruição desta imensa população colocada em uma condição de esquecimento são exterminadores de sua própria comunidade.
Se observarmos com mais atenção quem são os autores da violência, vamos perceber que não estão distantes dos locais transformados em ruínas pela guerra que promovem. O ódio e o revanchismo se multiplicam na medida em que aumenta a lista de mortos por uma guerra sem sentido.
Ontem foi o Dia de Finados, e nunca é tarde para lutarmos para que a vida não seja o objeto de desprezo de uma humanidade que clama por dignidade. Não se pode descartar a existência de tantas pessoas por algo que não vale a pena, por tão pouco.
Quem realmente vale a pena é aquele que sobrevive a destruição, não vive dela, e quando a guerra acaba é capaz de limpar as ruas cheias de escombros, respirar fundo, encher a mente de esperança e iniciar a reconstrução do lugar.
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