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Existem liberais conservadores?

Esta é uma discussão árdua, difícil. Considero quase que insolúvel. Temos que permitir a diversos teóricos e suas análises que possam opinar sem nunca encontrar uma resposta definitiva. Mas temos que trabalhar com a interpretação do termo liberdade. Condição vital das teses liberais.

O liberalismo é uma particularidade coletiva. A liberdade é condição de cada um, de todos, garantida pela unidade do bem comum cuja a responsabilidade é o Estado. Ele, enquanto Estado representativo, devem manter, garantir, os direitos individuais, a emancipação do ser humano. O desprendimento da pessoa como unidade própria, senhor de si mesmo pela consciência e ação. Aqui nasce a condição de responsabilidade. Se faço por mim, assumo as consequências do ato.

No Brasil hoje, estamos discutindo uma série de questões sociais que fazem vir à tona as teses liberais. O que se defende como princípio de liberdade diante de temas polêmicos? Abordo, uso de drogas, homoafetividade, machismo, violência são temas recorrentes que nos exigem um posicionamento. Mas qual seria mais coerente.

Como um liberal, não considero a discussão saudável quando busca conduzir, impor ou direcionar a ação de cada um. O comportamento coletivo prejudica a condição de vida em coletividade? Se não, o que nos faz contê-lo? Podemos discutir a eficiência do ato para a preservação dos valores sociais. O que nos cabe é garantir a condição de escolha de quem deseja tomar uma ação e ela lhe diz respeito exclusivamente. O debate sobre o valor do comportamento não nos cabe. Está na esfera da particularidade.

Quando falamos, por exemplo, de ser um “liberal conservador”, termo que considero perigoso, particularmente inexistente como condição final, estamos diante de uma postura de preservar as instituições. Não suas formas de composição e relações que se modificam ao longo do tempo. Tolice considerar que a família tradicional, por exemplo, irá manter-se intacta com as mudanças que as relações econômicas estabeleceram nas demandas das organizações sociais.

Logo, compreendo que intensidades diferentes de liberalismos. Podemos entender o direito e a liberdade individual com proporções e limites diferentes. A discussão da equidade e da igualdade, por exemplo. Devemos dar as mesmas condições a todos ou apenas o mesmo direito? Porém, ser conservador não passa por algumas defesas que o nosso autoritarismo canhestro prega.

Eliminar, combater, exterminar certas ações, as quais são possíveis dentro do corpo social sem colocá-lo em risco, é ridículo. Justificar estas ações radicais como liberais conservadoras são inaceitáveis. Não se camufla um extremismo com uma fachada liberal. Ou é ou, não é? Ser liberal é deixar ser e respeitar para ser. Não preciso aceitar, mas tenho que respeita a existência do outro, que muitas vezes, tem o direito de não me aceitar também. Porém, ninguém terá o direito de eliminar ninguém.

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