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Há uma crescente onda de violência que tem tomado o mundo. Ela não é nova, mas está agora ganhando força e arregimentando cada vez mais pessoas na busca de impor a concepção de uma “sociedade ideal” ou de combater o inimigo da pátria.
O fascismo quando surgiu na Itália e influenciou outros regimes na Europa, como o nazismo alemão e o franquismo espanhol, construiu um discurso de que a crise se supera com um “estado forte”, de caráter agressivo e ultranacionalista.
O nacionalismo tem retomado a pauta e o fundamento de muitos discursos políticos em todo o mundo. A ideia de defender o que aparentemente é uma tradição, a nação e sua origem e valores, na prática é uma distorção da realidade.
Se observarmos no caso brasileiro, o que não é incomum em outras nações como Estados Unidos da América, França, Itália e mesmo em Israel, se considera que o problema do país é a perda de seus valores tradicionais e que a saída para os problemas é combater os “inimigos internos” que querem entregar o país as forças estrangeiras.
O socialismo voltou a ser inimigo relevante. Mas, se você considerar de maneira séria a condição do que se chama de esquerda em países tidos como democráticos, o máximo que ela representa é uma social-democracia bastante contaminada pelas ideias do mercado.
Os regimes autoritários e fascistas de algumas nações são tidos como socialistas e os liberais democráticos agora são chamados de socialistas também, muitas vezes até de “comunistas”. Uma piada de mau-gosto que tem muitos adeptos, uma miopia intelectual, falta de escola mesmo.
O que Mussolini buscou implantar na Itália em 1922, quando iniciou sua ascensão ao poder forçando sua nomeação como primeiro-ministro na monarquia de Victor Emmanuel III, foi uma tragédia para a humanidade. Hoje, os ditos liberais que mancham a identidade das teses clássicas do liberalismo nada mais são do que uma “piada de mal gosto”.
A crise que leva ao autoritarismo é uma expressão clássica da decadência cultural e intelectual de um povo. A perda da racionalidade lógica e o estímulo aos instintos carregados dos mais baixos e deturpados valores. Não por acaso, a adesão e liderança destes discursos autoritários são de pessoas com índole e intenções duvidosas.
O que precisamos é apostar na qualidade humana. Na capacidade das pessoas de serem inteligentes para discutir e decidir sobre temas relevantes e fundamentais da nossa vida. Precisamos mais de ciência e racionalidade na orientação de nossas condutas. Precisamos de liberdade com responsabilidade e não impositores ignorantes e armados que provocam guerras, que exterminam inocentes e colocam em risco a vida de milhares de pessoas.
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