Arte e Cultura
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Estamos sempre discutindo a cultura como elemento fundamental. Entendemos sua dimensão? O que ela representa efetivamente em nossas vidas? Raramente nos damos conta de que a cultura é um elemento de poder e que sua condição está relacionada ao nosso cotidiano. Vivemos cultura.
A escala de valores que estabelecemos para as coisas foi fundada em heranças das relações que nos antecederam à existência e nos foram transmitidas no convívio da jornada em vida. Tanto com aqueles com quem nos relacionamos como os que nos foram transmitidos pelas mais diferentes formas.
E na sociedade atual o que não faltam são meios de transmissão de valores. Não por acaso somos bombardeados continuamente sobre a reprodução de modelos de forma direta ou indireta. Subliminarmente em mensagens que reforçam nossas crenças e sentido. Quantas destas crenças são infundadas e ilógicas, mesmo sem razão?
A todo o momento estabelecemos em nossas relações com intenções e interesses. Há algo que se quer em tudo o que se faz. E “querer” não está restrito à intenção pensada de forma lógica e de intenção ciente. Os rituais de amor e de repulsa não são tão elaborados em suas buscas ou reações. Contudo, há valores por trás destas ações.
Onde há valores há o poder.
Não se questiona a influência imediata que os elementos econômicos têm sobre a vida cotidiana. Os impactos das relações produtivas e de consumo alteram as condições, mas não têm a mesma capacidade de mudar de forma direta e impositiva as condições culturais. Crer não se altera nas condições objetivas de ser, resiste.
Por inúmeras vezes e de forma decisiva, a cultura promove reações distintas à lógica esperada. Não há razão sem ser filtrada pelos valores que permeiam a existência e dão sentidos ao ato. A racionalidade também se sustenta nos valores culturais. O ato pensado carrega em si os elementos do ser humano que vivem em um coletivo que dá sentido aos valores que permeiam suas relações.
Se trabalha a cultura empresarial de forma superficial, ao meu ver. Se considera cultura as práticas que se estabelece dentro das relações produtivas e mesmo aquelas que se pode ter uma racionalidade sobre ela. Cultura é mais que isso.
Nos valores de uma seleção de um funcionário para ingressar dentro da empresa há que se tomar cuidado com os valores que se tem dentro do ambiente. São as pessoas que vão estabelecer nossas relações no mundo corporativo. Isto conta e “paga a conta”.
Uma relação de valores conflituosos prejudica diretamente o rendimento dos seres humanos envolvidos. Não me estimula a conviver com quem me julga. Nem com quem julgo não ter valores dignos ou indignos aos meus. É uma ilusão considerar que nas empresas há por si só, no código de ética, o controle sobre as peculiaridades e sutilezas das relações.
Elaborar projetos dentro do ambiente corporativo requer conhecer a convergência de valores dos envolvidos. Saber o quanto que temas que necessitam ser trabalhados com racionalidade e eficiência não serão perturbados por conceitos, pré-conceitos e preconceitos. Este último o pior de todos.
Vale lembrar que a cultura de uma corporação está envolvida com a cultura local, regional e na dimensão em que há pessoas se relacionando com a empresa e seu posicionamento no mercado. Posicionamento que envolve cultura, valores. O que pode ser um tema mais adiante, em uma futura abordagem.
Fornecedores e consumidores se relacionam com as pessoas que trabalham em uma organização. No atendimento há um cliente, na disposição dos produtos, nas propostas de serviços, na campanha publicitária, nos fornecedores. Enfim, em todos os momentos em que estamos inseridos nas relações sociais as questões culturais podem ser atraentes ou repelentes de negócios, de interesses.
Empresas não têm o hábito de procurar compreender os valores que cultuam diariamente. Quem se propõe pode ter uma surpresa agradável ou desagradável. Respostas para o que pode ser um entrave para o seu desenvolvimento ou uma oportunidade de crescimento. Porém, tem que se estar disposto a conhecer de forma sincera e profunda. Se comprometer e mudar se necessário e assumir se possível e viável os valores que se tem.
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