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Corporativismo, este é o mal deste país. Temos que respeitar a importância das mais diversas funções profissões dentro da sociedade. Mas, defender a todo o custo um membro de uma corporação profissional quando age de forma ilegal ou abusa do poder que tem na função que exerce, isso é corporativismo e não ajuda em nada.
Vamos pegar duas funções profissionais que estão em evidência na sociedade, o aparato de segurança pública, a corporação militar, o exército especificamente; a outra é os profissionais de saúde, os médicos, de forma mais específica. Duas importantes funções dentro da vida social, não se discute a importância do trabalho bem-feito destas duas profissões.
Lembrando que as forças de segurança são públicas, uma instituição que é instrumento do uso legítimo da força. A segunda é uma função que atua tanto no âmbito público como privado. Mas é na inciativa privada que está grande parte do rendimento destes profissionais.
No Brasil, estas duas corporações ganharam força ao longo da história. Por um lado, porque o país tem um histórico de violência. Ingenuidade considerar que os brasileiros são pacíficos. A violência é tema diário, veja a porção que representa das notícias nos meios de comunicação, fique atento a quantidade de pessoas feridas e mortas relatadas nas páginas policiais. Passe um dia em um pronto socorro de um hospital público ou privado que receba as vítimas da violência.
Na porta dos hospitais, médicos e policiais se encontram. Considerados por muitos senhores de nossa verdade e solução para os nossos problemas. Não se nega a contribuição, porém, não podemos perder de vista os abusos cometidos. Recentemente tivemos 25 policiais militares comprometidos com contrabando e tráfico de drogas. Já tivemos médicos envolvidos em supervalorização e reutilização de instrumentos cirúrgicos.
Veja outro corporativismo constante, o professor e a educação. Muitos profissionais fazem muito com pouco. A docentes que podem ser considerados heróis por mudarem a vida de muitas pessoas e dar um destino melhor através da formação e informação aos alunos. Eles merecem respeito. Porém, há os que são péssimos profissionais, precários e incapazes de cumprir de forma eficiente a sua função.
Quando se fala da crise da educação não se pode inocentar o professor, na proporção que ele é a solução. Mas tem muitos docentes que não merecem o que ganham e muitos outros que nunca ganharam o que realmente merecem. Porém, os maus reivindicam o direito dos bons e consideram que há um padrão na corporação docente, não há. A mesma lógica serve para médicos e militares.
Neste sentido o corporativismo é um mal. Ele cega o trato justo para o que merecem justiça, inocenta os malfeitores e impõe sobre muitos o interesse de poucos, os membros da corporação. O que fortalece o corporativismo no Brasil é muitos mais o excesso de problemas do que a luta pela prevenção.
Médicos deveriam ser formados para educar e orientar uma vida preventiva. O policial deveria anteceder o crime e atuar para evitar que a violência ocorra. Assim como, o professor deve educar para gerar um ser humano qualificado desde a infância, valorizar os profissionais dos primeiros anos da educação, evitar um adulto desqualificado.
Se isso não ocorre, o acúmulo de problemas demonstra os benefícios das corporações. Elas vivem enxugando gelo, reprimindo o malfeito eterno, remediando o paciente que se comporta mal e buscando regeneração qualitativa precária para quem já perdeu boa parte da vida sem ser educado. Assim que o corporativismo se fortalece e domina a manutenção dos problemas que nunca se resolvem.
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