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Caçando “bruxas” e “judeus”

Vivemos tempos de radicalismo. Limitação em entender posicionamentos políticos e ideológicos geram generalizações e visões superficiais. Ambiente fértil para autoritarismos e caça as bruxas.

Durante a ascensão e consolidação do nazismo na Alemanha a perseguição aos judeus ganhou aspectos de crueldade. Onde estariam aqueles que eram inimigos do Estado Alemão? Esta era a questão a ser respondida pelos antissemitas. Os judeus eram tidos como traidores da pátria. Vendia a honra nacional e representavam uma força estrangeira dentro do território germânico. Sempre vale lembrar que não foi o nazismo que inventou o antissemitismo, apenas o potencializou.

Durante a Guerra Fria, no seu auge, na década de 1950, imperou nos Estados Unidos da América o macarthismo, a perseguição aos simpatizantes do comunismo na terra do “Tio Sam”. Todo aquele com ideias contrárias ao conservadorismo norte-americano aparecia na lista dos subversivos, deveria ser perseguido. Charles Chaplin foi uma de suas vítimas. O comediante, diretor, ator, compositor, um artista único, era inglês e tinha migrado para a América que considerava a terra de liberdade e oportunidades. Voltou para a Europa desiludido.

O radicalismo imbecilizado e o totalitarismo sectário costuma golpear a democracia. O Brasil vive este momento. Iludido pela ideia que o liberalismo não é a defesa da democracia, da lei de mercado, da liberdade de expressão, e sim a caça aos inimigos. É assim que se destrói o maior patrimônio que uma sociedade tem, a igualdade perante a lei e a liberdade.

 

 

Radicais acabam condenando o que não conhece

Sou um existencialista e weberiano convicto. Amo o mercado, mas entendo que a cultura e a construção de nossos sentidos pode alterar o que a racionalidade expressa. Não somos a Inglaterra com seu parlamento, a França com seu estado liberal de séculos, não somos a Alemanha e sua unidade disciplinada e nacional e nem somos os Estados Unidos da América e sua formação protestante e sectária. Nós somos o Brasil, desconhecido pela maioria dos brasileiros. Este é o nosso problema.

Busco em tudo o que faço demonstrar o quanto é necessário compreender nossa formação e entender o quanto o capitalismo se desenvolveu em nossa sociedade de forma diferenciada ao das nações onde surgiu de forma clássica. A economia de mercado é nosso melhor caminho, deve ser incentivada. Mas temos um longo caminho a percorrer com esta dependência de um Estado paternalista, impositor, autoritário, patrimonialista, nepotista e pouco representativo.

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