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Weber considerava que a diferença fundamental entre o cientista e o político é o compromisso com a verdade. Para o cientista, a busca do conhecimento é sua profissão. O que não é para o político. Ele não tem este comprometimento.
Na política, a demagogia é critério para se exercer a vida de homem público. A retórica do líder carismático encanta e arrasta em muitas sociedades muitos seguidores. Na ciência, não está a intenção.
Platão considerava que o bom governo seria o dos sábios. Pois, segundo o pensador grego, aqueles que tem o conhecimento sabem qual é o melhor caminho que a sociedade deve adotar. O povo, nem sempre, tem a noção da dimensão do problema que vive e como ele pode ser solucionado. Exatamente aí, o conhecimento do sábio pode orientar para o melhor ato.
Na política, a ignorância popular abre espaço para o demagogo. Aquele que adapta seu discurso a superficialidade da lógica e a pobreza de raciocínio para gerar identificação das classes populares. Mente para garantir o poder. O cientista não poderia fazer isso sem trair sua profissão.
Na pandemia vimos o quanto a ciência é fundamental para superar nossos problemas, salvar muitas vidas. Indiscutível sua importância. Porém, o cientista não produz o conhecimento visando o poder, ele o gera e não a gesta.
Nas democracias a escolha do povo direciona quem deve governar e com que critérios deve exercer o poder. Como temos uma história de pouca intimidade com o conhecimento, acabamos por abraçar a demagogia. E assim, pagamos o preço. Raro são os cientistas que são políticos. Por isso, quando escolhemos um nos distanciamos na maioria das vezes do outro.
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