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Em alguns municípios do Paraná a questão do retorno às aulas presenciais já começam a ser definidas. Em Cascavel, um decreto municipal permite o retorno das aulas na rede pública municipal a partir do nono ano. Em Guarapuava, a prefeitura já definiu que somente o ano quem haverá a volta às salas de aula de forma presencial.
Em Curitiba e região metropolitana o retorno as aulas estão condicionados a três semanas de queda no número de mortos. A decisão foi tomada por uma reunião virtual do Fórum Metropolitano de Combate a Covid-19. Enquanto isso, em Ponta Grossa a previsão é de que o retorno estará condicionado a vacina. Pelo menos foi o que afirmou o prefeito da cidade em um programa de rádio local.
Em Londrina a questão foi parar na Justiça e o decreto municipal que permitia o retorno das escolas particulares foi suspenso. Em Maringá, apenas os cursos de pós-graduação voltaram, mas de forma limitada. O retorno do ensino fundamental e médio ainda é uma incógnita. Para piorar a discussão sobre o tema, estamos em um ano eleitoral.
Cada município tem sua realidade e seu contexto, isto é fato. A segurança para a medida tem realidades diferentes. Neste momento são os prefeitos que tem nas mãos as decisões cruciais para a cidade e que causam impactos na vida das pessoas de forma direta. A educação é uma necessidade crucial e deve ser pensada com cautela.
O prejuízo de um ensino a distância, por melhor que ele seja, é nítido para escolas de educação fundamental. Já na escola pública a questão é estrutural e humana. Faltam recursos privados para que os jovens tenham acesso a meios mais eficientes de informação. A inclusão digital precisa ser pensada com ou sem pandemia com uma necessidade vital.
O que não se pode é fazer da educação, como dos demais problemas e necessidades fundamentais da população, um instrumento de concentração de capital político. Usar o imediatismo da campanha para tomarmos decisões que venha a custar caro posteriormente. O preço que se paga pela falsa ideia de segurança é a ignorância?
Na vida pública há muitos comportamentos pirotécnicos. Exageros e atos que dão impacto aparente de responsabilidade e ousadia e não tem efeito prático e são danosos. Muitos gestores públicos querem que estes efeitos duram até o momento das eleições. Uma maneira de se perpetuar no poder ou fazer vencer o candidato que lhe interessa.
Por isso, apoie ações lúcidas e que deem liberdade de escolha as pessoas. Não caia da fantasia da tutela do Estado para tomar a decisão que deixa o cidadão na zona de conforto sem se comprometer com a decisão tomada. O homem público deseja ter sua eficiência medida pelo voto. Quem vota busca alguém que resolva problemas ou assuma suas culpas?
Na educação nós não podemos nos eximir de assumirmos a responsabilidade sobre a educação de nossos filhos e decidirmos se queremos ou não o retorno das aulas presenciais. Porém, as escolas tem que reabrir com critérios de segurança rígidos para serem uma opção e dar a liberdade necessária e de maturidade para que a responsabilidade e a liberdade seja da família.
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