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Costumamos desprezar a cultura. Consideramos uma perfumaria. Há um conceito de que quando se fala em investimento cultural estamos perdendo tempo, dinheiro, um luxo. Não é! A cultura é elemento fundamental para vivermos com um sentido de vida elevado. Sem ela, não há como entender, refletir e mudar nossas ações. A cultura nos enriquece como seres humanos.
Se vivemos em um ambiente tenso, com contradições e dilemas, conflitos, talvez o que nos falte é qualidade cultural. Entender com toda a dimensão necessária o que estamos vivendo. Ir a fundo nas questões que presenciamos. Saber viver com uma visão mais ampla das pessoas, dos ambientes da nossa própria história. Dar sentido à vida é cultura.
No Brasil há uma dificuldade imensa de se captar recursos para a cultura. De cada 10 projetos aprovados pela Lei Rouanet, apenas três recebem recursos da inciativa privada. Além do que, destes, apenas 3% conseguem valores entre 90 a 100% do que foi pedido. Há uma distância entre empresas e cultura.
Hoje cresce uma onda de desrespeito a produção cultural. Vivemos temos difíceis de reflexão sobre valores importantes que orientam nossas ações. Já não estamos mais dispostos a debater com tranquilidade a diversidade. Há um antagonismo de ideias que devem ser entendidos com consciência e civilidade. Mas o ambiente não é propício para a cultura. Uma pena.
Este ano ocorreu uma redução dos recursos destinados a cultura. A própria Lei Rouanet está ameaçada. De R$ 60 milhões previstos em 2018, este ano os recursos chegam somente a R$ 1 milhão. Um risco aquilo que pode ser uma resposta a muitos dos nossos problemas. Temos que levar a cultura a sério ou não conseguiremos entender a seriedade das questões que nos cercam. Cultura posse ser diversão, mas não brincadeira.
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