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Assédio nas empresas é coisa séria. Tem os que consideram que por serem proprietários, gestores, diretores, gerentes, coordenadores, enfim, terem um cargo superior ao de outra pessoa lhe dá o direito de abuso.
Segundo levantamento da Consultoria Vaga.com, mais da metade dos profissionais das empresas, 52%, para ser mais exato, foram assediados. O número é grave. Ainda mais que a pesquisa mostra que a maioria das pessoas que passaram por esta condição não denunciaram, 87,5%.
Como falei no início, a maioria dos que assediam são os chefes imediatos, 84% dos casos. O que deixa muitos líderes a vontade para assediar, é que não são denunciados e consideram que a prática nunca será reprimida, o famoso “vai dar nada não”.
Dos que sofreram assédio, a maioria não denuncia por medo de perder o emprego, 39,4%, ou temor de represaria, perseguição dentro da empresa e fora dela, 31,6%. Ainda há um percentual, 11%, que não denuncia por vergonha ou medo por se considerarem culpados, 8,2%.
No cotidiano é que expressamos a nossa personalidade. Não é nos discursos que fazemos. Nossa prática diária, a maneira como conduzimos nossa vida, denuncia a nossa intenção, onde estão sustentados nossos valores.
O machismo, patriarcalismo, domínio e percepção de que somos proprietários do corpo do outro é prática corriqueira nas corporações. Não por acaso, mais de 50% das ações de assédio se dão tendo as mulheres com vítimas e o agressor um homem.
O pior da hipocrisia que os números denunciam é que mesmo denunciando, em 74,6% dos casos, o agressor permaneceu na empresa.
Relações de trabalho denunciam intenções e valores. Cuidado, pense nisso. Não somos o desejo de nossa retórica e sim a intenção e expressão de nossos atos. Somos o critério de nossas escolhas.
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