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Você é bom ou é bonzinho?

Entre o bom e o bonzinho há muitas coisas.

Uma coisa simples e que todos nós vivenciamos, a relação entre a humildade e a humilhação. A diferença entre aquele que age com bondade e o que faz para agradar. Se confunde as duas intenções costumeiramente. Resumidamente estamos falando do bom e do bonzinho.

Existe um ser humano que expressa o seu sentimento de educação e justiça no ato constante de não querer prejudicar ninguém, mesmo na busca de seus interesses. Porém, há aquele que renuncia aos seus direitos e se prejudica para facilitar a via alheia, se submete.

Claro que o primeiro agrega admiração, não de todos, claro. Já o segundo é usado, manipulado, abusado e depois descartado.

Bonzinho e inconfiável.

Porém, o “bonzinho” é um perigo. Há uma questão que se associa ao seu ato: O porquê chega a se humilhar, se negar, se prejudicar, se machucar para satisfazer o outro? A resposta está na completa ausência de dignidade. O bonzinho é um “mercenário a procura de migalhas”.

O destino do “bonzinho” é cruel. Ele é um ser inconfiável, por isso, geralmente é esquecido. Você se lembra, por exemplo, dos professores, dos líderes, dos namorados ou namoradas, das pessoas que de forma geral que foram boas ou boazinhas?

A resposta está nos valores que as relações estabelecem e na intenção das pessoas que se relacionam. Em relacionamentos pobres de intenção há o explorador e o explorado, o valor da dignidade é baixo e o preço que se paga é alto.

O exemplo do perdão.

Da mesma forma se pode falar do “perdão”, uma palavra que muitos cultuam e poucos tem a capacidade e exercitar. Perdoar é ato dos fortes ou dos extremamente fracos. Por exemplo, o ser humano bom é capaz de perdoar ao ponto em que a agressão sofrida perca significado. O verdadeiro perdão renúncia plenamente ao desejo de vingança, ao desejo de revidar.

Contudo, há o perdão negociado, marcado pela compensação, pela troca, pelo interesse de ter algo de volta. Fazer pelo outro buscando a recompensa. Mais que isso, ter o direito a cobrar uma dívida eterna e se livrar de erros cometidos.

Nas traições há um bom exemplo. O que foi traído “perdoa”, mas cobra constantemente do “traidor” a dívida. Em outros momentos joga na cara o ato cometido para se livrar de obrigações. Para justificar erros, muitas vezes encobertar o ato de traição que também comete, joga a traição sofrida “sobre a mesa”, tira ela do “fundo do baú”. Faz isso constantemente, independente de quanto tempo tenha se passado. O traidor será humilhado e eternamente cobrado.

Como agiria o bom e o bonzinho nesta situação? O bom perdoa, o bonzinho jamais esquece. Se o bom trai, não aceita cobranças eternas em troca de um perdão “concedido”, já o bonzinho está sempre disposto a negociar a própria dignidade independente de trair ou ser traído.

 

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