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Neste nosso mundo há sempre o discurso das minorias. Dos que são discriminados e excluídos. Há os excluídos da economia, os da saúde, os da educação, os do mercado de trabalho, bom não confundir com os excluídos da economia porque tem muita gente sustentada pelos outros, e os excluídos da educação, por exemplo. As vítimas deste mundo desigual. Se é que são vítimas mesmo.
Porém, em meio a tudo isso, há os que fazem da exclusão uma profissão. Não digo estas de carteira assinada, mas o que podemos chamar de “profissão de fé”, um hobby, prazer diário. Os excluídos vitimados, exercitam todos os dias a capacidade de distorcer a verdade das coisas para se colocarem a percepção dos fatos como inocentes, “rejeitados” pela contingência da vida.
Se por algum acaso, das questões profissionais a vida privada, algo não os favorece, a justificativa está pronta, a lógica perversa do mundo sempre lhes rejeita o direito da inclusão. É um complô de forças que sempre conspiram para persegui-los, açoita-los, maltrata-los.
Estes seres andam sempre em bando. Se concentram em todos os lugares. Nas filas de banco, nas calçadas dos bairros, no balcão dos botecos, mesmo nos ambientes de trabalho. Amigos inseparáveis, a alma miserável do miserável, vivem juntos. Alimentam uns aos outros com suas artimanhas ilógicas da perseguição constante.
A espécie do vitimado nem sempre está contente em apenas destilar sua lógica ou conviver com seus iguais. Está sempre a busca de novos adeptos a sua causa, por sinal, perdida, mas nunca deixada de ser propagada.
O “vitimista”, por que isso é quase uma religião, sempre se multiplica pregando sua crença, dando seu testemunho. Divide com o próximo, a sua imagem e semelhança, a história de rejeição. Contamina o olhar alheiro e semeia a intriga. Vê o que que quer e não o que deveria ver.
E aconselho a quem quiser um dia tentar salvar a alma vitimada de sua condição, que desista. Muitos, mesmo sendo incluídos, tratados como iguais, preferem a rejeição como identidade. Amam o sentimento de exclusão que lhes permite não ter que responder a privilégios e a ganhos. O peso do sucesso é demasiado ao que fez do fracasso uma profissão.
Desta forma, concluo que parte dos que estão hoje rejeitados, vitimados e marginalizados, fizeram da miséria humana seu lar. Logo, por mais que nos discursos humanistas se deseje a mudança, retirar a vítima da exclusão, acredito que eles estão onde querem e no devido lugar.
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Meu eterno professor Gilson,
Você conseguiu sintetizar em palavras exatamente tudo o que sinto e acredito. Parabéns pela lucidez e sensatez impressas em cada palavra que você escreveu
Grande abraço de sua ex-aluna de Belo Horizonte, que muito te admira!