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Violência naturalizada

No último domingo tivemos mais um caso de assassinato de uma mulher. A jovem Maria Glória Poltronieri Borges, de 25 anos, bailarina, foi encontrada morta próxima a uma cachoeira em Mandaguari. A polícia ainda investiga o caso. Não se sabe ainda que foi o autor ou autores do crime. 

No Brasil, segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, são 92.663 denúncias de violência contra a mulher, em 2018. Nos primeiros seis meses do ano passado foram mais de 46 mil. Um crescimento de 10,93% em relação ao mesmo período de 2018. A violência doméstica contra a mulher ultrapassa os 62,4 mil casos. Estes e outros dados fazem do Brasil o quinto país mais perigoso para uma mulher viver.

Onde vamos chegar com tamanha violência? Boa parte dela é uma agressão velada. Marcada pela humilhação, discriminação e desvalorização pessoal e profissional. Mais de 3,2 mil denúncias foram feitas no primeiro semestre do ano passado sobre agressão moral e psicológica. Sem levar em consideração que apenas 2 a cada cinco casos são denunciados. Na prática a realidade é pior.

Canso de falar sobre isso, o quanto a violência contra a mulher é algo que se naturalizou ao longo do tempo e educamos para que isso aconteça. De forma despercebida ou alimentada por um valor moral equivocado estamos construindo um modelo de submissão da mulher. Na educação diária de nossos filhos, na maneira como conduzimos da discussão e avaliação de fatos que envolvem o papel da mulher no mercado de trabalho ou dentro do ambiente doméstico.

Precisamos repensar com calma onde se sustentam nossos valores. Muitos deles estão arraigados e não são questionados, vistos como um princípio fundamental de normalidade, ele pode ser a base de sustentação da agressão. Ironicamente, mais de 60% dos homens consideram que a mulher é responsável pela agressão que sofrem. 

Pense e repense seus atos. Na simplicidade de nossa conduta que não questionamos pode estar o princípio de uma violência que abominamos. 

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