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A história não é estranha, me lembra outras, sempre com um perfil semelhante. Um estudante invade a escola e armado ataca professores e alunos. Mata pessoas inocentes, mas que, para ele, o vingador de sua própria existência, merecem morrer.
Foi o que aconteceu ontem, segunda-feira, pela manhã, em uma escola na Zona Sul de São Paulo, Escola Estadual Thomazia Monteiro. Um adolescente de 13 anos que cursa a 8ª série do Ensino Fundamental atacou professores, esfaqueou 4, e uma aluna.
Uma vítima, professora, de 71 anos, faleceu após levar cinco facadas. A morte da docente foi por ataque cardíaco, derivado do ataque.
Diante do fato, se reforça a ideia de colocar uma viatura em cada escola. Conter a violência é a defesa. Lutar contra a insegurança. Quem esperava que a escola seria local de extermínio. Por mais que boa parte de quem frequenta está lá contrariado.
Mas, a conversa é outra, voltamos ao vingador de sua existência. O egocêntrico que tinha seus rancores e desejava vingar sua honra eliminando pessoas mais vulneráveis. O vingador nunca ataca um ambiente de risco, não que fazer a vingança sobre um inimigo mais poderoso.
Porém, o caso é raro, no Brasil, este tipo de ocorrência ainda não demonstra uma tendência de comportamento preocupante, como em países como os Estados Unidos. Nós ficamos horrorizados, e temos que ficar, porque tudo é filmado, mostrado em detalhes. Por sinal, muitas vezes, é isso que o “vingador” assassino quer.
Mas, temos que pensar que um adolescente, muito jovem, e tem a vontade de matar. Podemos entrar aqui em um debate sobre as tramas psíquicas que faz uma pessoa nesta idade partir para o extremo. Mas, seria uma análise invasiva. Há que se investigar.
Já, a questão social que o fato representa já foi amplamente debatida. O nível de tolerância a frustração entre os jovens é baixo, mesmo entre adultos é possível perceber esta intolerância. Reagir de forma agressiva por pouca coisa é um sintoma da infantilidade lógica.
Por que isso ocorre na escola? Porque ela é, como todas as outras instituições, uma expressão da vida social. Os seres humanos que a frequentam levam para dentro da sala de aula o que consideram como valor e identidade. Deveríamos nos preocupar mais com isso.
Logo, se negue a fazer de casos particulares um horror. Este mundo está perdido? O que está acontecendo com as pessoas? Para estas questões a resposta é simples, o mundo não está perdido, as pessoas perderam o sentido de viver. Os seres humanos estão se educando fragilizados e pouco resistentes aos dessabores.
Estamos matando o futuro pelo excesso e não pela falta. Parte considerável dos assassinos que invadem locais públicos e eliminam pessoas aleatoriamente são marcados pelo discurso de carência e falta de sentido, contudo, com um excesso de tempo para elaborarem suas vinganças medíocres e precárias.
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