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Vida na plateia

Há quem goste de cobrar ações dos outros e não age. Aqueles que julgam indiscriminadamente os atos alheios e não são capazes de perceber que muito do que exige não cumpre. A plateia da vida está lotada destes parasitas inertes. Sugam a vida e estão estacionados diante do movimento que a existência exige. Para construirmos algo de nós temos que decidir e assumir nossas ações.

Devemos aprender a viver sem julgar, quem somos nós para isso? Temos que assumir as limitações humanas. Deixar de buscar o controle absoluto sobre os atos que não nos dizem respeito e assumirmos as nossas escolhas. A responsabilidade de nossa existência é nossa. Ela é sobre toda a nossa vida. “Estamos condenados a nós mesmos”.

Quando falamos do poder público, por exemplo, temos inúmeras críticas. Consideramos que a vida pública como condição de corrupção. Condenamos os administradores públicos e reclamamos que o Estado não faz nada por nós. E nós, o que fazemos? Muitas vezes, nada também.

Não construímos neste país uma tradição de atuação na vida pública que envolva as pessoas. Recusamos a uma participação em conselhos, sindicatos e, até mesmo, em reuniões de condomínio. Nossa presença nas questões relevantes é pífia. Claro, não significa ficar o dia todo fiscalizando as ações dos representantes, participando de entidades representativas, de serviço ou classe, isto seria um absurdo. Contudo, podemos participar do que nos compete e fazer o que está ao nosso alcance.

Acumular críticas nos serve de consolo. Colabora para podermos manter a inércia e ficarmos como espectadores dos acontecimentos. Justifica o parasitismo. Nos coloca na condição de vítima. Logo, para uma grande quantidade de pessoas há uma justificativa construída de que viver a margem do Estado não é culpa do marginalizado. Grande parte de nós não se enquadra nesta retórica e a usa de má fé.

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