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Afrodescendentes são maioria no ensino superior público do país. Os dados são do Estudo Sobre Desigualdade Racial por Cor ou Raça. Pelo levantamento, 50,3% dos estudantes da rede pública universitária são negros ou pardos.
A notícia é boa, merece ser comemorado. Ela ainda é algo distante do ideal, porém já demonstra uma mudança no perfil de uma sociedade marcada profundamente pelas heranças do trabalho escravo. O preconceito é condição associada a pessoas. Porém, sempre é bom lembrar que o principal problema é de condição econômica.
O passivo social criado com o fim do trabalho escravo é o fator que determina o futuro de muitos brasileiros. A falta de instrução e qualificação marginaliza. O acesso à educação fundamental e média continuam um problema para a maioria dos que vivem em condição de risco.
Temos que comemorar a ascensão de negros e pardos no ensino superior público. Ele são a maioria da população, 55,9%. Somos um país formado pela miscigenação. Assumir isso é parte de entendermos o equilíbrio proporcional em todas as instituições. Mas há uma diferença qualitativa e quantitativa nas diversas regiões do país. Isto é algo que não podemos esquecer. Este percentual é em torno de uma média regional bastante desigual.
Nas instituições de ensino superior privadas pretos e pardos são 46,6%. Neste caso a questão é simples, renda. A condição de pagar uma mensalidade, por menor que seja, ainda está distante de uma grande parte da população de baixa renda.
Volto a repetir, o nosso principal problema é renda. Estamos distantes de cumprirmos com a nossa principal lição, qualificar os brasileiros. Melhorar a condição humana independente de cor, gênero, raça ou credo. Se queremos uma sociedade democrática e igualitária, temos que emancipar as pessoas para que sejam donas do seu destino e não dependentes do poder público. Neste subsídio demasiado é que se cria dependência permanente e manipulação das pessoas através do clientelismo.
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