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Superlotação é sinal de violência

Hoje o Brasil tem mais de 812 mil detentos. Os dados são do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Com um crescimento de 8,3% ao ano, chegaremos em 2025 com mais de 1,5 milhão de presos. Hoje temos a terceira população carcerária do mundo, atrás apenas da China e Estados Unidos. 

Uma das preocupações é que 41,5% dos presos são provisórios, ainda não foram julgados. O que colabora para a superlotação que temos hoje. Mais que isso, existem 366,5 mil mandados de prisão. 94% deles são considerados foragidos. 

Estes números podem ser maiores. Há estados que não estão integrados ao sistema de informação do CNJ e acabam não sendo computados. Não é o sistema de informação que é precário no sistema penitenciário, as condições das detenções são caóticas. Não estamos reabilitando ninguém, apenas empilhando pessoas. 

Vamos gerando um problema para poder “resolver” outro. Não teremos paz prendendo as pessoas nestas condições. Vamos gerar um ambiente de guerra que tende a desumanidade. Os extremos provocam extremos. E uma visão imediata carregada de senso comum acaba nos condenando. 

É preciso uma política de segurança integrada. Que respeite uma proposta de controle sobre a violência e não a sua propagação. Nunca termos uma sociedade sem violência, mas ela não pode colocar em risco o próprio funcionamento da vida social. Isto está em risco diante da guerra permanente que travamos com o crime organizado e as condições de miséria da periferia dos grandes centros.

Temos que ser mais lógicos ao tratarmos a violência. Aprendermos a resolvê-la com critérios de superação e não multiplicação da prática da agressividade. Isto é demonstração de maturidade e civilidade. O que nos falta e muito diante do sentimento de justiça superficial que dá agredir e empilhar pessoas. 

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