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No Brasil, a busca pela licenciatura diminuiu. Há universidades públicas e privadas que buscam incentivar os jovens que ingressam no curso superior a colocarem nos seus planos à docência.
Vamos dizer que impera a “velha” lógica, ninguém deixa de reconhecer que é importante, porém não tem a valorização que merece. O ser professor é prática que se reverencia, mas, em uma sociedade de “mal-educados”, não tem o valor que merece.
Porém, a grande questão é: de quem é a responsabilidade de valorizar um professor? Se a atividade existe e está atravessada na vida da maioria dos brasileiros, por que é tratada com descaso?
Então, vamos reformular a pergunta, por que muitos jovens não desejam ser professor ou professora? Acredito que esta questão mereça uma reflexão.
Primeiro, os alunos não desconsideram seus professores. Há pesquisas efetuadas pelo MEC (Ministério da Educação) que demonstra que mais de 67% gostam dos professores que tem. Porém, mas de 53% não estão interessado na docência.
Uma pesquisa da FGV/FCC – Fundação Getúlio Vargas e Fundação Carlos Chagas, mostra que 32% dos jovens pensam em ser professor. Pela mesma pesquisa, feita com 1.501 e alunos, mostra que 40% não tem interesse pela profissão pela baixa remuneração.
Outro levantamento feito pela ONG Todos Pela Educação demonstra que 49% dos professores não recomendam a sua profissão para os jovens. Há um descrédito do próprio profissional. E esta falta de orgulho pela profissão não é culpa do docente. Há uma relação de desvalorização com a educação. Isto é fato.
Uma pesquisa da plataforma digital Brainly com alunos do Ensino Fundamental e Médio demonstra o quanto para os próprios alunos, por mais que eles respeitem os professores, não consideram sua carreira atraente.
Leia uma declaração de um dos entrevistados pela pesquisa que se pronunciou sobre os seus professores:
“Percebo que são muito esforçados, trabalham bastante, mas são poucos reconhecidos, mas muito cobrados. Acho também que ganham muito pouco para formar cidadãos. Eu não quero ser professor!” — Estudante da rede pública de São Paulo — Ensino fundamental II
O professor é desvalorizado muito além do salário. Muitos pais demonstram aos filhos uma desconsideração pelos profissionais da educação. Consideram que não merecem valor e respeito. Acreditam que são apenas cumpridores de tarefas subalternas. Não demonstra nas suas falas e práticas o quanto educar é chave na formação dos seres humanos.
Muitos pais passaram a delegar a escola o papel de educar comportamentos e ações que deveriam ser de obrigação deles.
Sim, muitos progenitores querem uma escola que seja a extensão das obrigações familiares e completem a formação do vazio deixado pela vida em casa.
Desta forma, o professor se vê obrigado a ser parte do papel doméstico de algumas famílias. Sem desmerecer os trabalhadores domésticos que merecem todo o respeito. Por isso, há pais que desvalorizam a profissão docente.
Logo, ser professor merece capacidade de plantar o futuro para uma colheita que muitas vezes ele não irá fazer. Saber reconhecer o ser humano que está a sua volta com todas as suas capacidades e limitações.
Por isso, é fundamental saber ser e viver a docência com toda a grandiosidade que ela representa. Também, ser mais que a mediocridade daqueles que não tem a competência e a capacidade de aceitar a falha não é do educador, mas do contexto em que educados e educandos estão inseridos.
A escola, a sala de aula, não muda ninguém, mas reflete e pode refletir a realidade de todos. E este é um bom começo para aprender.
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