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Somos fruto da diversidade. De tantas nações que tiveram no Brasil seu destino, nos transformamos na maior extensão de muitos povos fora de sua “terra natal”.
A formação da sociedade brasileira foi marcada pela implantação do trabalho escravo. Ele deixou suas marcas. Mas nenhuma maior que uma sociedade miscigenada. Feita de misturas, onde na fisionomia do povo a diversidade se expressa. Somos brasileiros, únicos. Isso não nos atrapalha nem nos desmerece.
Mas nem sempre foi e, muitas vezes, não é assim. Há quem não goste de nossas misturas. Considere o nosso mal. Como Oliveira Viana que expressava na nossa formação muitos dos nossos males. Não gostava dos japoneses. A mistura para muitos contamina. Nós, por esta ótima míope, nascemos contaminados.
Mas de todas as contaminações, a mais profunda e a afro. Ela é parte integrante de nós. Faz parte dos nossos hábitos, das nossas cores, dos nossos sabores. Somos orgulhosamente o país mais afro fora da África. Nossos temperos mais fortes, nossos pratos mais elaborados, são fruto do encontro entre o branco e o negro. Fora a sensualidade e sedução que os uniu. Mesmo que dentro da escravidão.
Enquanto povo, não é a diferença que nos une, mas a semelhança com todos os outros. O ser brasileiro é ter a fisionomia possível de toda a humanidade. Somos fruto da obra humana do encontro e da construção de um elemento único.
Ontem foi o Dia da Consciência Negra, dia 20. Mas não podemos esquece em nenhum momento, que nossa diversidade é o que nos lembra de que somos o fruto do encontro, embora haja tantos desencontros na vida, como diz Vinícius de Moraes. Por isso, que ser brasileiro é a possibilidade de não considerar a diversidade o fruto de nossos problemas, mas sim a possibilidade digna que nos construiu.
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