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Entre nas redes sociais, perceba a propaganda que os perfis fazem de si. Veja a alegria brotar da vida das pessoas. Como elas estão satisfeitas coma vida que tem. Desperta-se no mais desatento um sentimento de diminuição. Ter uma vida cheia de contradições enquanto existem pessoas sem conflitos. Como suportar ser “imperfeito” em meio a tatos perfeitos no mundo?
As imagens registram em boa parte das redes sociais a felicidade constante. Encontros calorosos e sinceros com os bons e “fiéis” amigos. Mensagens inteligentes e corpos perfeitos decoram o ambiente virtual. Para nos deixar ciente de nossa precariedade social, quanto seguidores tem a “persona perfeita”.
Seria tolo acreditar que este ser intocável existe. Que é natural ter aquela vida. Estamos diante de uma mentira. Não há uma vida harmônica, há uma vida normal. E vidas normais são carregadas de conflitos e cotidiano comum a maior parte do tempo. Não há nada de sobrenatural e nem de anormal em ser comum, normal.
O problema está na medida divulgada como um padrão desejável que é insuportável e inatingível. Ela é vendida como se fosse possível a todos. Esta mania dos propagadores da “fuleira autoajuda” de que tudo depende somente de você. Não somos o umbigo do mundo e estamos jogados neles.
As escolhas na vida nos exigem posicionamento, tomar posição requer, muitas vezes, entrar em rota de colisão com outras pessoas. Agir de uma determinada forma é contrariar a forma como as pessoas gostaria que agíssemos. Quantas vezes somos contrariados.
Logo, o suicídio que queremos combater tem um terreno fértil neste ambiente de padrões desumanos. Nesta exigência a felicidade. Na negação de que o normal é conviver na contradição entre acertos e erros. Este culto ao “perfeito” cobra seu preço e estamos pagando caro, com vidas, por isso.
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