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A pandemia começa a deixar mais clara as suas consequências. Na economia, uma delas é a perda de renda da população. No Paraná, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua revela que a renda per capta cai de R$ 1.554,00 em 2019 para R$ 1.479,00 em 2021.
O percentual de paranaenses que tem alguma renda também diminuiu. Eram 64,1% dos moradores do Estado que tinham algum rendimento próprio, agora são 64,4%. Por outro lado, aumento o número de pessoas dependentes de auxílio de programas sociais. Em 2019, apenas 0,6% dos paranaenses dependiam deste auxílio, agora são 15,7%.
A queda na renda é facilmente explicada pela perda de emprego, fechamento de empresas e redução das atividades econômicas em inúmeros setores. A população menos qualificada foi a que mais sofreu. Ela também terá dificuldade de retornar ao mercado de trabalho. Alguns, inclusive, podem ter uma demora significativa e nem conseguir retornar a um rendimento estável.
Logo, o trabalho informal deve crescer cada vez mais. Fora isso, a dependência de auxílio de programas sociais deve se tornar permanente. O que condena uma parte da população a viver de subsídio e ser dependente constante das benesses do Estado. Uma fragilidade perigosa que não se pode deixar repetir com as futuras gerações.
É necessário investir intensamente em qualificação. Preparar a população para poder ter sua renda e romper com a dependência de subsídios públicos. Não é apenas dar o dinheiro. Ele pode ajudar de forma emergencial. Porém, não garante a liberdade e a condição de dignidade. Fragiliza a população e inviabiliza uma sociedade justa.
Fora isso, cria vícios e a permanência da miséria de forma constante. Uma reprodução das gerações ao longo do tempo. Quem nada tem se acostuma com pouco e o quase nada acha muito. Aceita com facilidade a perpetuação da vida de exclusão e ausência. Incorpora com facilidade a dependência.
O que a pandemia deixou de legado não foi só o grande número de mortos, mas pode trazer ao longo do tempo mais problemas que serão desafiadores tanto quanto o que tivemos que enfrentar nos últimos dois anos.
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