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Elas parecem não combinar. Enquanto uma puxa pela mão a mente, a outra deixa as gotas no caminho. Eu choro e peso, o coração fica ali, assistindo tudo isso. Ninguém sabe onde vai dar, mas a razão insiste, vamos! Assim me arrasto.
As pernas tentam se levantar, me sujo no chão. Estou no chão, fundo.
Cada coisa caminha. Cada segundo que passa o corpo puxado fica mais leve, as pernas ajudam, mesmo que cambaleando. Eu estou me levantando.
A gente não morre de dor, não de dor de amor.
Ela dói no fundo da alma. Talvez por isso não mata, mas é intensa. Vá tão fundo que lembra a morte. Não se morre, mas se percebe desfalecer o ser. Que para doer mais, sobrevive por ironia e para deixar a angústia maior.
É, a gente não morre de amor.
Agora já estou de pé. Na respiração a dor vem do coração. Ele bate, mesmo espancado, mesmo dilacerado… Ele insiste em bater. Ainda bem que não há espelho, se tivesse, não sei se me reconheceria.
É, a gente não morre de amor.
Em pé, a razão já não puxa, fica calma nas mãos. Ela espera. Aos poucos se transforma em lenço que enxuga as lágrimas dos olhos e do coração.
É, a gente não morre de amor.
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