Comentários
2 min
Perdemos o que tanto desejamos no momento em que buscamos controlar o outro. Sim, muito do que se perde está no controle que se exerce. Não consegue admitir que não somos capazes de controlar tudo. Há muito que nos acontece que não se pode evitar. O que podemos fazer é administrar nossa afetação. Sim, o quanto as coisas nos atingem.
Não podemos controlar o sentimento alheio, nem suas intenções. Mas, podemos agir diante disso e assumir posições diante de um mundo que não se resume na nossa vontade ou desejo e que não vai agir da maneira que esperamos.
Por mais que sejamos responsáveis por aquilo que nos diz respeito, consideramos que podemos e devemos determinar aos outros suas vontades e desejos. Manipular intenções e forçar situações. É nestas horas que abusamos e nos tornamos agressores.
Muita da agressão que vivemos na vida privada é resultado desta invasão da privacidade alheia, de buscar o que não nos diz respeito. Se estamos inseguros com o relacionamento que temos, temos o diálogo ou o rompimento. Se a relação é tóxica, não tem porque ficar.
Se não temos mais a reciprocidade de sentimento, nos cabe administrar aquilo que sentimos e viver a nossa vida. Não projetar uma vida inteira na dependência do sentimento alheio. Ninguém pode viver a vida do outro.
Em tempos de possuidores, muitos consideram que as pessoas devem ser tratadas como se fossem objetos, bens adquiridos que devem ser preservados como se fossem uma propriedade privada. Ninguém é propriedade de ninguém.
Apenas pessoas mimadas e descompensadas emocionalmente confundem o que é sua condição de existir e o direito do outro de divergir. As pessoas não podem ser vistas como extensão de nossa vontade.
Por isso, há uma frase fantástica que resume um princípio fundamental da liberdade, que é: “Liberte o outro para se libertar também”. Dê ao outro o direito de ser livre e exerça a sua liberdade da melhor maneira possível.
Comentários
2 min
Comentários
2 min