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Um ano para esquecer. Se não por inteiro, em partes. O ano de fins e recomeços. Uma contradição de começo a fim. Acredito que estas são as formas de definir o ano que se encerra hoje. Na economia e nas reformas acertamos e avançamos. A recuperação da economia ficou mais nítida na segunda metade do ano. A Bolsa de Valores de São Paulo bateu recorde histórico.
Produto Interno Bruto (PIB) cresceu nos nos dois últimos trimestres de forma tímida, mas foi mais positivo do que muitos esperavam. Inflação sob controle e baixa, marcada por redução de juros. Tanto a taxa Selic como os juros reais reduziram. Há uma perspectiva de crescimento do varejo este ano na casa de 10%.
O desemprego reduziu, postos de trabalho formais e informais foram gerados. Há recuperação da economia em curso e ela deve ser apoiada. O ano demonstrou que tudo o que foi feito, mesmo com gosto amargo, tem dado bons resultados. Paulo Guedes foi uma boa escolha. Porém ele não foi eleito, foi uma indicação do presidente Jair Bolsonaro.
Estamos muito longe de tempos de euforia. E será bom se eles não vierem como antes. Marcados pelo crédito fácil sem uma produtividade sustentável. Continuamos com um passivo social imenso e que nos prejudica. Os brasileiros são improdutivos pela falta de qualificação. Atraímos baixos investimentos e acumulamos necessidades sociais em vez de soluções vindas do potencial humano.
Precisamos fazer dos brasileiros pessoas potencialmente mais produtivas. Para que elas possam serem senhoras de suas vidas e não dependentes de favores do Estado. O parasitismo público gera uma política de favores. Este é o nosso grande problema. Só teremos uma democracia de fato quando as pessoas tiverem potencial para construírem suas vidas e terem a liberdade de escolha.
Nosso grande trauma deste ano que se encerra é sem dúvida a política. Caótica e de retrocessos. Marcados pelo debate tolo de temas sem sentido. Fora a reforma da previdência aprovada no congresso e medidas de liberdade econômica muito bem vindas. Os debates sobre questões culturais e ambientais foram pincelados pelas falas eloquentes e desastrosas do mandatário da nação.
O líder do país precisa dar o exemplo da boa educação, da diversidade, da serenidade, da inteligência e profundidade ao se posicionar sobre temas de relevância. Ele não pode tropeçar no simplismo para compactuar com a ignorância. Para se elevar o tom de um tema não se pode rebaixar os argumentos.
Se a lógica defendida por muitos de que o presidente da república faz isto de forma pensada é verdadeira, ela é uma lógica burra. Não acrescenta em nada para a melhoria do país. Precisamos ter liberdade e não censura. Valorizar a democracia e não elogiar ditaduras. A pluralidade incomoda, emperra, mas ainda é a melhor forma de convivência quando se tem diferenças.
Por isso, que 2020 aprendamos com os erros e continuemos acertando no que fizemos bem. Que os brasileiros conheçam cada vez mais o seu país, de verdade e não na ilusão demagógica. Que sejamos mais atuantes e que tenhamos mais resultados positivos. Que todos os brasileiros sejam mais livres, qualitativos e senhores de suas vidas. Feliz 2020!
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