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Quanto vale uma vida?

Em Cidade Gaúcha, no oeste do Paraná, uma criança, recém-nascida foi abandonada dentro de uma caixa de papelão. Um automóvel parou e o passageiro deixou a caixa na calçada, perde uma árvore. A polícia já investiga as imagens que captaram o momento e está a procura da mãe, se é que se pode chamar assim alguém que faz isso.

Mas, sempre estamos prontos a condenar. Os adjetivos para este tipo de ato são inúmeros. Tolice, estupidez, crueldade, desumanidade, falta de respeito, maldade, enfim, ficaríamos aqui listando sem fim definições sobre o ato. 

Quem pratica este tipo de abono deve ser julgado e condenado, sem dúvida. Deve pagar pelo que fez, cometeu um crime, abandono de incapaz. As coisas poderiam ter terminado pior. Felizmente a criança foi encontrada por um morador e encaminhada para os cuidados do poder público. 

Vida corre risco

Pixabay

Nestes acontecimentos, que não são raros, há uma intenção de quem abandona. Via de regra associado ao desespero. E nestes tempos de pandemia não é incomum este sentimento. Muitos perdem a lucidez, agem pelo desespero, tomam uma atitude extrema. A incapacidade de pensar de forma lógica e lúcida desperta um ser humano deprimente e decadente, muitas vezes com um imenso desprezo a vida. 

Acontecimentos como este devem sempre ser motivo para refletirmos o que estamos fazendo com os seres humanos. A qualidade das pessoas. Que tipo de valor a vida tem. Se condenamos a mãe que descarta a própria filha, como foi este caso em Cidade Gaúcha, não podemos esquecer que há inúmeras formas de abandono, tão cruéis quanto esta. 

A saída é simples, valorizar o ser humano. Dar qualidade as pessoas para que elas entendam que não se pode agir com imediatismo quando as consequências para outras pessoas são cruéis ou coloquem em risco a vida. As gerações futuras já estão ameaçadas pelas constantes práticas de agressão. A violência doméstica é uma realidade no país. 

Melhorar os seres humanos é qualificá-los, colaborar para que deem um sentido a sua existência e respeitem a coletividade da qual dependem. Aprendam a não desprezar a condição social necessária e vital. Neste caso, planejar os atos para não colocar inocentes em uma condição que não pediram, gerar uma vida e depois abandonar. 

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