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Sou professor há mais de 30 anos. Não sou o único com este tempo no currículo. Calculo que tenham muitos outros com o mesmo tempo de sala de aula. Eu já estive diante de muitas experiências agradáveis e desagradáveis. Já fui agredido, como um em cada dois professores neste país. Já pensei em desistir da profissão pela desilusão e remuneração, como muitos desistem.
Não sou hipócrita para dizer que a profissão docente é uma doação, entrega, o tal do sacerdócio. É uma escolha profissional e deve ser vista assim. Há quem faz o mal como professor e quem só o é por não ter outra escolha, também quem faz o bem e seria professor independente de qualquer coisa.
Há que se diferenciar porém os que exercem a profissão, bem ou mal, e os que se realizam nela, sentem a intensidade de educar. E para isso, não precisam estar em sala de aula. Podem e devem ser educadores onde quer que estejam, independente da relação que tenham e com quem ela seja. Educar não tem hora e nem lugar.
Sempre confundimos o professor com o conhecimento, o aprendizado da verdade, da ciência. Aquele que nos passa o tal do conteúdo acadêmico. A gente só se esquece que a educação que vai além da sala de aula, dá sentido ao que se aprende. E isto não está no currículo escolar. A educação que faz do ser humano alguém mais humano e íntegro, que usa do saber acadêmico como ferramenta para o exercício da dignidade e para propagar nas pessoas o interesse pela vida.
Sabedoria é a palavra, esta é a grande conquista que devemos buscar. O equilíbrio entre as experiências que temos, o que conhecemos, a função da razão e emoção. Estabelecer um diálogo para que possamos realizar uma ação que vá além de nós, que deixe um legado, que faça o bem para o maior número de pessoas possível. Porém, este é o ensinamento dos mestres. Os quais muitos são professores e outros estão convivendo conosco todos os dias.
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