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Desde a antiguidade há o rabisco nos banheiros. O analfabetismo limitou a expressão de preconceito durante a medievalidade, mas desenhos de exaltação a violência e extermínio fizeram parte do período. No mundo contemporâneo as invenções de novas formas de comunicação ampliaram as condições de crítica através de pichações.
As manifestações de preconceito tendem a crescer e ganhar forma em ambientes de tensão que envolvem crises. A econômica é uma delas. O desejo de superar as dificuldades diárias, marcadas pela insatisfação tende a expor mais nossos instintos do que a lógica civilizada. Para os com pouca instrução e esclarecimento, a lógica é rasa. O que, nem sempre, é uma questão de formação acadêmica.
Agora, com a eleição de Jair Bolsonaro há a impressão de que os homofóbicos, racistas e machistas estarão à vontade para poder praticar seu preconceito sem punição. Será? Seria o presidente eleito o responsável pela emergência da violência? Acredito que não. Já temos estas características na formação do país.
A exposição da violência já é algo diário. Apenas fica mais evidente quando estímulos são dados para alimentar o radicalismo. Estamos à procura de um culpado de nossos problemas. Estamos a caça de um “bode expiatório”. Quando temos uma visão limitada do ambiente em que vivemos e não temos convicção do que acreditamos, tendemos a defender o extermínio dos mais próximos. Compramos o discurso da culpa de uma identidade de gênero ou da cor da pele.
Em meio ao caos da ignorância e dos ignorados, temos que defender a lucidez. Não podemos comprar a guerra como saída para as diferenças e a discriminação. Temos que apostar na capacidade de ensinar e esclarecer. Os seres humanos têm que ser livres para fazer suas escolhas. Devem conviver com racionalidade e gerar um ambiente que permita agir conforme sua consciência. Mas sem violência.
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