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Pode ser apaixonante ter alguém que assuma a nossa vida e diga, eu resolvo para você. Sedutora a fala que se tem em tantos lugares e expressam uma aparente segurança e proteção. Quantas falas de homens apaixonados não são carregadas desta afirmação, “quero te proteger”. Se a ação de proteger é focada em uma criança indefesa, que não tem como reagir às agressões que está sujeita a sofrer uma violência, a proteção tem sua validade. Porém, há adultos que continuam em busca de um protetor.
A maturidade e independência devem andar juntas. Nos levar a superação dos limites por nossa conta. Permitir as nossas escolhas. Não se alcança a felicidade vivendo a sobra de outra pessoa, nem que esta se intitule seu protetor. Não precisamos de alguém que nos governe e sim de aprender a nos governar.
Todos temos em nossa raíz a liberdade. Devemos estar sempre conectados a uma condenação, o direito de escolha. Mesmo quando tudo impede ter uma opção, cabe a nós construirmos a saída, lutar para ter uma alternativa. As angústias cotidianas são via de regra a falta de uma alternativa. A lamentação que acaba por procurar um protetor está na angústia de se considerar inerte, dominado pela condições e contingências da vida.
A paixão pelo protetor se dá neste momento. Onde se prega a limitação e se eterniza a condenação. Sempre, lembrando, uma escolha. Esta é a mais difícil de se assumir, a de que a condição que temos pode não ser a que queremos, mas a tolerância e submissão a ela é uma escolha.
Exercite sua liberdade. Pegue a rédea de sua vida nas mãos. Construa possibilidades e busque aqueles que colaborem para a construção do que deseja ser e fazer. Não se deixe seduzir pela demagogia do protetor, dos que conquistam por se colocar a frente e resolver problemas com a retórica de que fazem por amor. Quem ama ajuda a ser livre, não controla, não se impõe e apenas colabora para a conquista da nossa liberdade de escolha.
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